Millenium (Feb 2016)

Diversidade linguística e ensino de português

  • Isabel Aires de Matos

Journal volume & issue
Vol. 0, no. 33
pp. 24 – 29

Abstract

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Os fluxos migratórios conhecidos em toda a Europa central desde o fim da II Guerra Mundial apenas tiveram verdadeira expressão no território nacional na última década do século XX. Portugal foi até então sobretudo um país de emigração. Nos números oficiais – e sabemos que neste domínio, dada a natureza do fenómeno, os números não oficiais serão com grande probabilidade significativamente mais elevados – temos neste momento entre nós 450.000 imigrantes, provenientes de 170 países, que falam 230 línguas diferentes. Esta nova situação – Portugal como país de imigração – praticamente desconhecida da sociedade portuguesa até à contemporaneidade veio alterar substancialmente a paisagem linguística e cultural das nossas cidades e em muitos casos também do mundo rural, mas não tem tido por parte dos responsáveis pela política linguística educativa uma resposta adequada. Sendo Portugal um país de grande homogeneidade linguística (Boléo e Silva 1961: 85), não há praticamente tradição no nosso sistema educativo de ensino e aprendizagem de línguas minoritárias.