Revista Águas Subterrâneas (Jan 2019)
O MÉTODO GEOFÍSICO DA RESISTIVIDADE ELÉTRICA NO ESTUDO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
Abstract
O Estado do Rio Grande do Sul (RS), cuja economia é baseada em atividades agroindustriais, tem sofrido danos severos devido às estiagens prolongadas. Alterações no padrão das chuvas resultam em quebra de safras e diminuição na produção, tendo como consequência crise econômica e desemprego. Uma maneira prática para investigar estruturas geológicas com potencial de armazenamento hídrico é a sondagem de poços. Porém, além do custo elevado, essa técnica deixa portas abertas para contaminantes, uma vez que camadas confinantes são rompidas na investigação. Nesse contexto destaca-se o método geofísico da eletrorresistividade, por não ser invasivo. Levantamento geofísico foi executado no município de Agudo/RS, na região central do Estado. Utilizou-se o arranjo dipolo-dipolo, em que o espaçamento “a” entre os eletrodos de corrente (AB) é igual ao espaçamento entre os eletrodos de potencial (MN), considerado um dos arranjos mais tradicionais, importantes e precisos dentro das investigações geoelétricas. O perfil construtivo de poço próximo à localidade corrobora com os dados encontrados no mapeamento de resistividade elétrica. Dessa maneira, a metodologia empregada mostrou-se adequada para estudar estruturas geológicas rasas. Isso permitirá incluir no estudo regiões do estado do RS onde não há poços perfurados. Assim, pretende-se descrever processos hidráulicos relacionados ao fluxo de águas subterrâneas e obter informações que auxiliem no desenvolvimento de métodos voltados para a prevenção e mitigação da seca. Acredita-se que a última camada tenha potencial para armazenar água. Essa característica permite a recarga do reservatório, mas deixa evidente sua vulnerabilidade a contaminantes externos.