Cadernos de Saúde Pública (Dec 2000)

Evolução e distribuição espacial da mortalidade por causas externas em Salvador, Bahia, Brasil Trends and spatial distribution of mortality from external causes in Salvador, Bahia State, Brazil

  • Eni Devay de Freitas,
  • Jairnilson Silva Paim,
  • Lígia Maria Vieira da Silva,
  • Maria da Conceição Nascimento Costa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X2000000400024
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 4
pp. 1059 – 1070

Abstract

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A partir de 1980, as mortes violentas vêm se destacando como segunda principal causa de óbito no Brasil, tornando-se um importante problema de saúde pública. Este trabalho tem como objetivo descrever a evolução e a distribuição espacial das mortes violentas no espaço urbano de Salvador, uma cidade do Nordeste do Brasil, nos anos de 1988, 1991 e 1994. Trata-se de um estudo ecológico, cujos dados de mortalidade foram obtidos das Declarações de Óbito e dos arquivos do Instituto Médico Legal. Observou-se um aumento de 34,6% no número de mortes violentas entre os anos de 1988 e 1994. As maiores taxas de mortalidade ocorreram no sexo masculino nas faixas etárias de 20-29 (192,0 a 262,0/100.000) anos e de 65 anos ou mais (188,7 a 258,1/100.000). Os homicídios destacaram-se como primeira causa de morte em cerca de 75% dos distritos sanitários. Os autores discutem a necessidade de políticas públicas integradas e um conhecimento interdisciplinar para explicar as causas e enfrentar o problema da violência.Since 1980, external causes (ICD-9 E800-E999) have been ranked as the second leading causal group for mortality in Brazil, thus becoming a major public health problem. This study aimed to describe spatial distribution trends for violent deaths in the urban setting of Salvador, a city in Northeast Brazil, for the years 1988, 1991, and 1994. An ecological study was conducted, and mortality data were obtained from death certificates and the archives of the Institute for Forensic Medicine. There was an increase of 34.6% in the number of deaths from external causes between 1988 and 1994. The highest mortality rates were among men from 20 to 29 years of age (from 192.0 to 262.0/100,000) and those 65 years and over (from 188.7 to 258.1/100,000). Homicides were the leading cause of violent deaths in about 75.0% of neighborhoods. The authors discuss the need for comprehensive public policies and an interdisciplinary approach to elucidate the causes and deal with the problem of violence.

Keywords