Angiologia e Cirurgia Vascular (Jul 2022)

Cirurgia aberta de aneurisma da aorta abdominal por internos de cirurgia vascular: à beira da extinção?

  • Rita Bento,
  • Gonçalo Rodrigues,
  • Nelson Camacho,
  • Joana Catarino,
  • Ricardo Correia,
  • Isabel Vieira,
  • Rita Garcia,
  • Fábio Pais,
  • Tiago Ribeiro,
  • Joana Cardoso,
  • Rita Soares Ferreira,
  • Frederico Bastos Gonçalves,
  • Maria Emília Ferreira

DOI
https://doi.org/10.48750/acv.346
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 1

Abstract

Read online

INTRODUÇÃO: Nas últimas duas décadas, a abordagem de tratamento de aneurisma da aorta abdominal (AAA) mudou drasticamente de cirurgia aberta para cirurgia endovascular. A diminuição de cirurgia de AAA convencional , open aneurysm repair (OAR), levanta preocupações relativamente à competência dos futuros cirurgiões vasculares para executar este procedimento complexo e de alto risco. O principal objetivo deste estudo foi avaliar as tendências de tratamento de AAA entre internos de Cirurgia Vascular, ao longo de 15 anos, a nível nacional. MÉTODOS: Identificação dos médicos que terminaram o internato de Angiologia e Cirurgia Vascular entre 2002 e 2017, inclusive, a nível nacional e colheita dos dados através da consulta dos currículos para a prova final de conclusão do internato complementar. Foram avaliados o total de cirurgias por AAA, tanto por OAR e por EVAR e contabilizadas aquelas realizadas como 1o cirurgião. A correlação entre o número de cirurgias abertas de AAA e o ano de conclusão do internato complementar foi testada usando o coeficiente de correlação de Spearman. RESULTADOS: Em Portugal, de 2002-2017, apesar de não se verificar variabilidade no número total de OAR realizados, verificou-se um decréscimo marcado naqueles realizados como 1o cirurgião (rho=-0,363; P<0.02). No final do internato em 2007, um interno de Cirurgia Vascular realizava em média 15 casos de OAR e em 2007 a média foi de apenas 7 casos. Por outro lado, constatou-se um aumento marcado no número total de procedimentos de EVAR (rho=0,478; P<0.02) bem como aqueles realizados como 1ocirurgião (rho=0,540; P<0.01). CONCLUSÃO: O presente estudo revela que os internos de Cirurgia Vascular, a nível nacional, se encontram expostos a progressivamente menos casos de OAR e verifica-se uma diminuição significativa nos procedimentos de OAR como 1o cirurgião.

Keywords