Revista Portuguesa de Pneumologia (Nov 2010)

Força muscular respiratória e qualidade de vida em pacientes com distrofia miotónica

  • T. Lucena Araújo,
  • V. Regiane Resqueti,
  • S. Bruno,
  • I. Guerra Azevedo,
  • M.E. Dourado Júnior,
  • G. Fregonezi

Journal volume & issue
Vol. 16, no. 6
pp. 892 – 898

Abstract

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Resumo: Introdução: Na distrofia miotónica (DM) estudos sobre qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) ainda são escassos e a sua relação com a força muscular respiratória não foi determinada. Este estudo teve como objetivo a avaliação da força muscular respiratória e da QVRS, além de determinar as relações entre estas variáveis na DM. Métodos: Foi avaliada a função pulmonar, as pressões respiratórias máximas inspiratórias e expiratórias (PImáx e PEmáx, respectivamente), pressão nasal inspiratória de sniff (SNIP), e a QVRS através do questionário genérico SF-36 em 23 pacientes (13 homens, idade 40 ± 16 anos) com DM. Resultados: Os valores encontrados da força muscular respiratória foram de 71 ± 20 cmH2O (64 % preditivo), 76 ± 32 cmH2O (70 % preditivo), e 79 ± 28 cmH2O (80 % preditivo) para PEmax, PImax e SNIP respectivamente. Encontramos diferenças significativas nos domínios de SF-36 de função física 58,7 ± 31,4 vs. 84,5 ± 23 (p < 0,01, 95 % CI = 1,6-39,9) e problemas físicos 43,4 ± 35,2 vs. 81,2 ± 34 (p < 0,001, 95 % CI = 19,4-6,1) comparado com os valores de referência. A análise de regressão linear demonstrou que a PImax explica 29 % da variação da função física, 18 % dos problemas físicos e 20 % da vitalidade. Conclusão: Indivíduos com DM têm uma redução da força muscular expiratória. A QVRS pode ser mais prejudicada em alguns domínios da atividade física, o que pode sofrer influência das variações da força muscular inspiratória. Abstract: Introduction: Studies on quality of life in myotonic dystrophy (MD) are scarce and the relationship between respiratory muscle strength and health-related quality of life (HRQoL) has yet to be determined. The present study aims to investigate respiratory muscle strength and HRQoL and their relationship in MD patients. Methods: Twenty-three patients (13 men, aged 40 ± 16 years) with MD were evaluated for pulmonary function, maximal inspiratory and expiratory pressure (MIP and MEP, respectively), sniff nasal inspiratory pressure (SNIP) and HRQoL using the Short Form (SF-36) quality of life questionnaire. Results: Respiratory muscle strength values were 71 ± 20 cmH2O (64 % predicted), 76 ± 32 cmH2O (70 % predicted), and 79 ± 28 cmH2O (80 % predicted) for MEP, MIP, and SNIP respectively. Signifi cant differences were found in the SF-36 domains of physical functioning 58.7 ± 31.4 vs. 84.5 ± 23 (p < 0.01, 95 % CI = 1.6-39.9) and physical problems 43.4 ± 35.2 vs. 81.2 ± 34 (p < 0.001, 95 % CI = 19.4-6.1) when compared with the reference values. According to single linear regression analysis, MIP explains 29 % of the variance in physical functioning, 18 % of physical problems and 20 % of vitality. Conclusions: Individuals with MD have reduced expiratory muscle strength. HRQoL may be more impaired in some physical domains, which might be influenced by variations in inspiratory muscle strength. PALAVRAS-CHAVE: Pressões respiratórias máximas, Sniff teste, Doença neuromuscular, SF-36, Músculos respiratórios, KEYWORDS: Maximal respiratory pressures, Sniff test, Neuromuscular disease, SF-36, Respiratory muscles