Revista Brasileira em Promoção da Saúde (Sep 2015)

Ser cuidador de familiar com câncer de cabeça e pescoço

  • Isabel de Melo Honório ,
  • Elaine Barros Ferreira ,
  • Flávia Oliveira de Almeida Marques da Cruz ,
  • Cristine Alves Costa de Jesus ,
  • Christiane Inocêncio Vasques ,
  • Juciléia Rezende de Souza ,
  • Paula Elaine Diniz dos Reis

DOI
https://doi.org/10.5020/18061230.2015.p337
Journal volume & issue
Vol. 28, no. 3
pp. 337 – 343

Abstract

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Objetivo: Conhecer a percepção de cuidadores informais sobre o cuidar de um familiar acometido por neoplasia maligna de cabeça e pescoço. Métodos: Estudo qualitativo realizado no período de março a maio de 2014, no ambulatório de radioterapia do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) do Hospital Universitário de Brasília (HUB)-Brasil, baseado em entrevista semiestruturada com nove cuidadores. Os dados foram submetidos à Análise de Conteúdo, sendo identificadas quatro unidades de significado: “Representação do câncer na família”, “O cuidado visto como dívida, recompensa individual ou reconstituição do elo familiar”, “Repercussões do câncer na vida pessoal do cuidador” e “Rede e apoio sociais utilizados pelos cuidadores”. Resultados: Foram atribuídos ao câncer sentimentos de tristeza e surpresa diante do diagnóstico, bem como a ideia de castigo. O cuidar foi visto como satisfação pessoal, dever cumprido e oportunidade de reaproximação familiar. Sobrecarga e mudança na rotina foram funções alteradas. Religiosidade, troca de experiência na sala de espera e apoio institucional apareceram como estratégias de enfrentamento. Conclusão: A experiência de cuidar de familiar com câncer de cabeça e pescoço tem interferência direta na vida dos cuidadores. O acolhimento institucional ser apontado como uma estratégia dentro da rede social reforça a importância de integrar os cuidadores como parte significativa do plano de cuidados traçado pela equipe de saúde.

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