Arquivos Brasileiros de Cardiologia (May 2025)
Mortalidade e Arritmia Ventricular em Pacientes com Repolarização Precoce
Abstract
Resumo Fundamentos Estudos recentes associaram a repolarização precoce (RP) com um risco de fibrilação ventricular aumentado, especialmente nas derivações V1-V3 e nas regiões inferior e lateral. No entanto, dados sobre a população brasileira são limitados. Objetivos Estimar o impacto da RP na sobrevida e na ocorrência de arritmias ventriculares (AVs) em um período de 10 anos em um hospital universitário. Métodos Este estudo retrospectivo do tipo coorte incluiu pacientes com RP no eletrocardiograma a partir do banco de dados do hospital. Análise descritiva foi conduzida para descrever o perfil e as características dos pacientes. O método de Kaplan-Meier foi usado para avaliar as diferenças entre os tipos de RP. Modelos de regressão de Cox foram aplicados para avaliar os riscos de morte e AV. calculando os hazard ratios brutos e ajustados. O nível de significância adotado na análise estatística foi de 5%. Resultados A população do estudo foi predominantemente do sexo masculino, com idade média de 45,6 anos; 2,7% apresentaram AV (cinco no grupo com RP lateral, quatro no grupo com RP inferior e quatro no grupo com RP ínfero-lateral). Foram observadas diferenças significativas na idade, sexo, e ocorrência de insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida entre os grupos. Em relação à mortalidade por todas as causas, 2,3% dos pacientes foram a óbito (cinco no grupo com RP lateral, um no grupo com RP inferior e cinco no grupo com RP ínfero-lateral). Somente idade mostrou uma diferença estatisticamente significativa. Observou-se diferenças significativas na ocorrência de morte e de AV entre os grupos (p=0,7 e p=0,5, respectivamente). Conclusão A RP não levou a uma maior incidência de AV nem de mortalidade por todas as causas na população estudada.
Keywords