Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Apr 2007)
Síndrome metabólica em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica: prevalência e marcador de morbi-mortalidade no período intra-hospitalar e após 30 dias Metabolic syndrome in patients undergoing coronary artery bypass graft: prevalence and a marker of morbidity/mortality during hospitalization and 30 days after hospital discharge
Abstract
OBJETIVOS: Comparar a morbi-mortalidade de pacientes com e sem síndrome metabólica (SM) (de acordo com a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da SM) submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (RM), na fase hospitalar e após 30 dias. MÉTODOS: Foram avaliados 107 pacientes submetidos à RM sem procedimentos associados, no período de agosto a outubro de 2005, sendo 74 (69,2%) portadores de SM. Os critérios de evolução intra-hospitalar foram: fibrilação atrial aguda (FA), ventilação mecânica prolongada (VM), necessidade de transfusão de hemoderivados, número de horas na UTI, período de internação (em dias), infecção respiratória e de ferida operatória, e óbito. Em 30 dias avaliou-se a combinação de eventos como a necessidade de re-internação, infecção de ferida operatória e óbito. RESULTADOS: A média de idade foi 60,6±9,7 e o grupo com SM apresentou maior índice de massa e superfície corpórea e maior prevalência de diabete. Não houve diferença estatisticamente significante na ocorrência dos eventos intra-hospitalares como FA (15,2% x 16,2%), VM (3,0% x 2,7%), quantidade de unidades de hemoderivados utilizados (3,2±2,7 x 2,6±2,9), tempo de permanência na UTI (53,7±27,3 x 58,9±56,5), tempo de permanência hospitalar (9,2±8,7 x 8,5±8,5), infecção respiratória (6,1% x 2,7%), infecção de ferida operatória (3,0% x 5,4%) e taxa de mortalidade (3,0% x 0,0%). A ocorrência de eventos combinados em 30 dias foi semelhante nos dois grupos (12,2% x 20,3%, p = NS). CONCLUSÃO: Portadores de SM não apresentaram aumento da morbimortalidade quando submetidos à cirurgia de RM, porém apresentam tendência à maior ocorrência de infecção em ferida operatória.OBJECTIVES: To compare the morbidity and mortality of patients with and without metabolic syndrome (MS) (according to the First Brazilian Guidelines for Diagnosis and Treatment of MS) undergoing coronary artery bypass graft (CABG) during hospitalization and after 30 days. METHODS: A total of 107 patients who underwent CABG with no associated procedures were assessed between August and October 2005; 74 (69.2%) of them had MS. Criteria of in-hospital outcome were: acute atrial fibrillation (AF), prolonged mechanical ventilation (MV), need for transfusion of blood products, number of hours spent in the ICU, length of hospital stay (days), respiratory and surgical wound infection, and death. For 30 days, the combination of events such as the need for readmission to hospital, surgical wound infection and death was assessed. RESULTS: The mean age was 60.6±9.7 years, and the group with MS presented a higher body mass index and body surface, and a higher prevalence of diabetes. No statistically significant difference was observed in the occurrence of in-hospital events such as AF (15.2% vs. 16.2%), MV (3.0% vs. 2.7%), number of units of blood products used (3.2±2.7 vs. 2.6±2.9), length of ICU stay (53.7±27.3 vs. 58.9±56.5), length of hospital stay (9.2±8.7 x 8.5±8.5), respiratory infection (6.1% vs. 2.7%), surgical wound infection (3.0% vs. 5.4%), and mortality rate (3.0% vs. 0.0%). The occurrence of combined events in 30 days was similar in both groups (12.2% vs. 20.3%, p = NS). CONCLUSION: Patients with MS did not have increased morbidity and mortality when undergoing CABG, however they had a higher trend of occurrence of surgical wound infection.
Keywords