Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

EXTRAÇÕES DENTÁRIAS EM PACIENTE PEDIÁTRICA COM PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA CRÔNICA

  • AA Bittencourt,
  • P Carvalho,
  • J Cohen,
  • SA Miranda,
  • TN Libório-Kimura,
  • CN Alexandre

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S449 – S450

Abstract

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Introdução: A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma desordem da hemostasia caracterizada por plaquetopenia na ausência de outras condições sistêmicas associadas. Em adultos, a doença possui caráter crônico, porém na infância costuma ser aguda, tanto que maioria dos casos responde bem sem a necessidade de medicação. A prevalência em adultos é maior do que em crianças, sendo mais comum no sexo feminino em proporção de 3 a 4:1, sendo o tratamento com uso de corticoide, glicocorticoide ou anticorpo monoclonal. Objetivo: Este trabalho tem como proposição relatar um caso de uma paciente pediátrica com PTI crônica, não responsiva a corticoide, Imunoglobulina e Eletrombopague, com plaquetopenia importante sendo submetida a extrações de dentes decíduos em ambiente hospitalar. Relato de caso: Paciente do sexo feminino com 8 anos de idade, pesando 29 kg em uso somente de Vitamina C com média das contagens de plaquetas de 7 mil/mm³(variando de 1 a 15 mil/mm³) desde janeiro de 2019 a julho de 2021, com histórico de infecção odontogênica em lado direito inferior ocorrido em maio de 2020 tratado somente com antibiótico na época. No exame clínico e radiografia panorâmica observou-se a necessidade de extrações dos dentes decíduos 55 e 84, devido a extensas lesões de cáries e radiolúcidez. O caso clínico foi discutido com a equipe médica e programado a internação da paciente subsequente a solicitação de exames complementares e suporte sistêmico no pré-operatório, pós-operatório e medidas hemostáticas locais no momento cirúrgico e pós-cirúrgico. O protocolo seguido foi, prednisona 2mg/kg por 10 dias com intervenção no sétimo dia, início de amoxicilina 500 mg por 7 dias com início um dia antes do procedimento. O exame hematológico de um dia antes da intervenção mostrou 15 mil/mm³, sendo solicitado transfusão de concentrados de plaquetas de 3 unidade no pré e pós-operatório. As extrações dos dentes 55 e 84 foram realizadas em um único momento sob anestesia local, por técnica infiltrativa com lidocaína e adrenalina, com 2 tubetes injetados, por técnica fechada, curetagem das lesões, inserção de esponja hemostática, sutura com fio de nylon e curativo com ácido tranexâmico comprimido de 100 mg e gaze no local operado. Paciente no pós-operatório de 1 dia evoluiu sem dor e sem sangramento ativo, porém foi vista uma queda importante na contagem de plaquetas para 8 mil/mm³, sendo solicitado mais 3 unidades de plaquetas e manutenção dos cuidados locais com curativos de ácido tranexâmico a cada 6 horas por mais 6 dias. Paciente seguiu com alta hospitalar 48 horas de pós-operatório na ausência de queixas de dor e sangramento na região. Paciente retornou em 7 dias com aumento de 10 mil/mm³plaquetas, sem sangramento, sem dor e realização da remoção de suturas. Paciente retornou em 15 dias com queda de 2 mil/mm³ plaquetas, sem sangramento, sem dor e formação de tecido na região operada. Conclusão: O caso relatado mostra a importância da equipe multidisciplinar no atendimento seguro de pacientes com risco de sangramento. Para casos complexos com risco de sangramento em procedimentos odontológicos invasivos, sugere-se o planejamento com a equipe médica, internação da paciente e utilização de meios hemostáticos locais.