Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

ADESÃO AO PROTOCOLO DE PROFILAXIA CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL PÚBLICO DE ENSINO, TERCIÁRIO

  • Nicolli Gasparin,
  • Izelandia Veroneze,
  • Ana Lucia Schmidt

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102226

Abstract

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A profilaxia cirúrgica consiste em administrar o antimicrobiano de eleição no momento certo, na dose certa, no intervalo adequado e pelo tempo preconizado, para que, associada a outras medidas de prevenção, evite a ocorrência de um episódio de infecção [2,3]. As infecções de sítio cirúrgico (ISC) são caracterizadas por serem a complicação mais frequente após a cirurgia, acometendo cerca de 3% a 20% das pessoas submetidas aos procedimentos [1]. Partindo desse princípio, essa pesquisa tem como objetivo verificar a adesão ao protocolo de profilaxia cirúrgica em um hospital público de ensino, terciário localizado em Curitiba - PR Os dados foram obtidos através da análise retrospectiva de fichas de anestesia dos pacientes submetidos a procedimentos limpos e eletivos das especialidades de cirurgia cardíaca, neurocirurgia e cirurgia ortopédica durante o ano de 2020. Das 90 fichas de anestesia analisadas pudemos observar que 5,5% (5) dos procedimentos foram realizados com 100% de adesão ao protocolo institucional de profilaxia cirúrgica, considerando os seguintes desfechos: a escolha correta do antimicrobiano, administrado no momento certo, na dose e intervalo adequado e pelo período recomendado. 90% (81) dos procedimentos aderiram parcialmente ao protocolo, uma vez que percebemos falha em algum momento do processo. Não houve adesão em 4,4% (4) dos procedimentos visto que o paciente não recebeu antimicrobiano, ou optou-se por outro que não o recomendado no protocolo. A partir dos resultados encontrados na amostra analisada, foi possível concluir que a adesão ao protocolo institucional não é satisfatória, havendo lacunas durante o decurso, elevando o risco do paciente desenvolver uma infecção do sítio cirúrgico.