Jornal Brasileiro de Pneumologia (May 2008)

Baixa renda como fator de proteção contra asma em crianças e adolescentes usuários do Sistema Único de Saúde Low income as a protective factor against asthma in children and adolescents treated via the Brazilian Unified Health System

  • Murilo Carlos Amorim de Britto,
  • Emilses Fernandes de Carvalho Freire,
  • Patrícia Gomes de Matos Bezerra,
  • Rita de Cássia Coelho Moraes de Brito,
  • Joakim da Cunha Rego

DOI
https://doi.org/10.1590/S1806-37132008000500002
Journal volume & issue
Vol. 34, no. 5
pp. 251 – 255

Abstract

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OBJETIVO: O estudo visou analisar o papel da baixa renda como fator de risco para o desenvolvimento de asma em crianças e adolescentes. MÉTODOS: Estudo de caso-controle com questionário. RESULTADOS: Foram estudados 687 participantes, de 5 a 15 anos de idade, usuários do Sistema Único de Saúde, em um hospital terciário, sendo 54,7% masculinos. Quase metade (49,1%) residia na zona metropolitana do Recife e o restante no interior. Moravam em casa de alvenaria 98,1%, com média de 5,7 cômodos e 4,8 moradores. Suas mães estudaram em média 6,8 anos. A mediana da renda mensal per capita foi de R$ 103,75. Baseando-se na renda mensal per capita inferior a 25 e 50% do salário mínimo, classificou-se a amostra em muito baixa renda, baixa renda e renda satisfatória, cujos percentuais foram, respectivamente: 39, 37,3 e 23,7. Não se observou associação entre baixa renda e desenvolvimento de asma. CONCLUSÕES: A baixa renda não exerce, em crianças e adolescentes usuários do Sistema Único de Saúde do nordeste do Brasil, efeito protetor no surgimento de asma, como poderia se supor, baseando-se na teoria da higiene. Todavia, estudos de coorte são necessários para confirmar estes achados.OBJECTIVE: To analyze the role that low income plays in the development of asthma in children and adolescents. METHODS: A case-control study using a questionnaire. RESULTS: A total of 687 participants were studied at a tertiary hospital via the Brazilian Unified Health System. Ages ranged from 5 to 15 years, and 54.7% of the participants were male. Nearly half of the individuals (49.1%) lived in the metropolitan area of the city of Recife, and the remainder lived in the countryside. Most (98.1%) lived in concrete houses or apartments, with a mean of 5.7 rooms and 4.8 occupants per residence. Mean maternal level of education was 6.8 years of schooling. The median monthly per capita income was R$ 103.75 (Brazilian reals). The sample was stratified according to cut-off points related to the national minimum wage (R$350.00): 50% of minimum wage = satisfactory income (23.7% of the sample). There was no association between poverty and development of asthma. CONCLUSIONS: Poverty is not protective against asthma in children and adolescents treated via the Brazilian Unified Health System, as we might suppose based on the hygiene hypothesis. However, cohort studies are needed in order to confirm these findings.

Keywords