Psicologia USP (Sep 2005)
Grupos vivenciais sob uma perspectiva junguiana
Abstract
Este artigo tece considerações quanto à possibilidade e ao alcance de grupos vivenciais, sob a perspectiva da Psicologia Analítica de Carl G. Jung, em nosso contexto socio-econômico atual. Há uma proposta prática de grupos de construção de máscaras e personagens, e a apresentação e comentários das contribuições de diferentes autores que trazem conceitos junguianos clássicos para a dimensão grupal, consideram de maneira criativa o ritual, do ponto de vista psicológico, e questionam a viabilidade de trabalhos grupais. Numa abordagem mitológica, são considerados Górgona, Dioniso, Ártemis, Eco e Narciso, com destaque à deusa grega Héstia, cujas características são relacionadas a aspectos necessariamente presentes nos grupos vivenciais e à possibilidade de ocorrer uma experiência psicológica. Os grupos vivenciais são considerados favorecedores da perspectiva de alteridade, na medida em que cada participante tem neles a oportunidade de se afirmar e de ser confirmado, isto é, de se expressar e de refletir, num campo interacional fértil.