Planta Daninha (Sep 2006)

Características da epiderme foliar de eucalipto e seu envolvimento com a tolerância ao glyphosate Characteristics of eucalypt leaf epidermis and its role in glyphosate tolerance

  • L.D. Tuffi Santos,
  • L. Iarema,
  • M. Thadeo,
  • F.A. Ferreira,
  • R.M.S.A. Meira

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-83582006000300013
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 3
pp. 513 – 520

Abstract

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Em áreas de reflorestamento, a deriva do glyphosate causa injúrias nas plantas de eucalipto. Trabalhos preliminares de pesquisa e observações de campo apontam para uma tolerância diferencial ao glyphosate entre os genótipos cultivados. Nesse contexto, objetivou-se estudar as estruturas anatômicas da epiderme foliar de cinco espécies de eucalipto, correlacionando com a tolerância ao glyphosate em deriva simulada. Utilizou-se o esquema fatorial, sendo cinco espécies (Eucalyptus urophylla, E. grandis, E. pellita, E. resinifera e E. saligna) e cinco subdoses (0; 43,2; 86,4; 172,8 e 345,6 g e.a. ha-1 de glyphosate), simulando uma deriva. Imediatamente antes da aplicação do herbicida, coletaram-se folhas, totalmente expandidas, para análise anatômica da superfície epidérmica segundo metodologia de dissociação. Entre as espécies estudadas, E. resinifera mostrou-se mais tolerante à deriva de glyphosate, apresentando os menores valores de porcentagem de intoxicação aos 45 dias após aplicação, não sendo encontrada diferença entre as demais espécies. As cinco espécies apresentam folhas glabras, anfiestomáticas, com estômatos do tipo anomocítico e cutícula proeminente. Apesar de presentes em ambas as faces, os estômatos são raros na face adaxial, apresentando baixo índice e densidade estomática. Os maiores valores para índice estomático foram observados em E. resinifera, enquanto E. saligna apresentou a maior densidade estomática. Cavidades subepidérmicas evidenciadas na superfície pelas células de cobertura estão presentes nas cinco espécies, com maior densidade em E. pellita. Houve alta correlação entre a porcentagem de intoxicação por glyphosate e o número de células epidérmicas da superfície adaxial, indicando envolvimento desta característica com a tolerância diferencial ao herbicida. Estudos sobre absorção, translocação e metabolismo do glyphosate em eucalipto devem ser realizados para elucidar o comportamento diferencial de genótipos diante da deriva de glyphosate.In reforestation areas, glyphosate drift causes injuries in Eucalyptus plants. Preliminary research work and field observations point out a differential tolerance to glyphosate among cultivated genotypes. Within this context, the anatomical structures of leaf epidermis of five species of eucalypt, correlated to glyphosate tolerance under simulated drift were studied. The factorial design was used, with the species (Eucalyptus urophylla, E. grandis, E. pellita, E. resinifera and E. saligna) and 05 subdoses (0, 43.2, 86.4, 172.8 and 345.6 g e.a. ha-1 of glyphosate) simulating a drift. Immediately before herbicide application, totally expanded leaves were collected for anatomical analysis of epidermal surface through dissociation methodology. Among the studied species, E. resinifera was found to be the most tolerant to glyphosate drift, presenting the lowest values for intoxication percentage 45 days post-application, with no difference among the others. The five species present glabrous, amphistomatic leaves with anomocytic type stomata and prominent cuticle. Despite being present on both faces, stomata are rare on the adaxial face, exhibiting low index and stomatic density. The highest values for stomatic index were observed on E. resinifera, while E. saligna presented the highest stomatic density. Subepidermic cavities evidenced on the surface by the overlying cells are present in the five species, with the highest density on E. pellita. A high correlation was found between intoxication percentage and number of epidermic cells on the adaxial surface, indicating the involvement of this characteristic with differential tolerance to the herbicide. Studies on absorption, translocation and metabolism of glyphosate in eucalypt must be undertaken to elucidate the differential behaviour of genotypes concerning glyphosate drift.

Keywords