Cadernos de Linguística (Dec 2023)

A língua Kheuól falada na aldeia Samaúma

  • Leridiane Benamor Anicá

DOI
https://doi.org/10.25189/2675-4916.2023.v4.n2.id683
Journal volume & issue
Vol. 4, no. 2

Abstract

Read online

O povo Galibi-Marworno é falante da língua indígena kheuól, uma língua de origem crioula de base francesa (Santos & Silva, G. 2020; Silva, G. 2021) e do Português como segunda língua. Habitam as Terras Indígenas Uaçá e Juminã, que ficam no Município de Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, Brasil. Este trabalho traz os resultados da pesquisa realizada em meu trabalho de final de curso (TCC), desenvolvido em 2019, no qual realizei um Diagnóstico Sociolinguística na aldeia Samaúma. Nesta aldeia, encontramos falantes de Kheuól Galibi-Marworno, Kheuól Karipuna e Português, cada língua sendo utilizada em diferentes espaços e em diferentes níveis de uso. A pesquisa foi realizada através de questionários impressos, aplicados a 49 moradores da aldeia. Utilizei o roteiro proposto no guia do Inventário Nacional da Diversidade Linguística – INDL (2016) com algumas adaptações para a nossa realidade. Busquei identificar a situação da língua kheuól Galibi-Marworno, a sua vitalidade, o grau de bilinguismo kheuól/português (Silva, 2016) dos moradores da aldeia, os espaços em que essas línguas são utilizadas, os casamentos interétnicos; e o domínio da escrita em língua indígena e em língua portuguesa. Observamos que o português adentra a aldeia por diferentes vias: através de casamentos com não indígenas ou com pessoas de outras etnias; através do contato com funcionários da saúde, da educação - nas reuniões para discutir os interesses da comunidade; através dos cultos da igreja evangélica.

Keywords