Revista do GEL (Sep 2016)

CRENÇAS E ATITUDES LINGUÍSTICAS: A VARIANTE RETROFLEXA NA VARIEDADE RIO-PRETENSE

  • Aline Vassoler,
  • Roberto Gomes Camacho

DOI
https://doi.org/10.21165/gel.v13i2.1426
Journal volume & issue
Vol. 13, no. 2
pp. 163 – 191

Abstract

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A pronúncia retroflexa do rótico em coda silábica, uma variante estigmatizada pelos falantes de outras variedades, identifica a chamada variedade caipira em que se inclui São José do Rio Preto. Para examinar se esse traço característico é também estigmatizado na variedade rio-pretense, avaliou-se, neste trabalho, o grau de prestígio ou de estigmatização dessa variante em comparação a outras duas pronúncias possíveis: o tepe alveolar e a fricativa velar, no contexto seguinte de /a/, /i/ e /u/. O procedimento metodológico incluiu uma gravação de 27 enunciados contendo essas três realizações à qual se aplicou, em seguida, testes de atitude e de crença linguística a dois grupos de informantes de Ensino Fundamental, um da rede pública e outro da rede particular e um grupo de informantes de Ensino Superior. Os resultados do teste de crença apontaram que, especificamente em contexto vocálico de /i/, não houve homogeneidade nas respostas dos três grupos. Nos resultados do teste de atitude, os informantes de ensino superior atribuíram notas mais altas que os informantes do ensino fundamental à pronúncia de tepe. No geral, os resultados mostraram que, apesar de a retroflexa constituir um traço identificador da variedade caipira, é a variante tepe que os informantes atribuem maior grau de prestígio

Keywords