Veritas (Jan 2010)

Operações sociais da mente = Social operations of mind

  • Leclerc, André

Journal volume & issue
Vol. 55, no. 2
pp. 108 – 125

Abstract

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Thomas Reid introduziu a noção de operação social da mente na teoria da mente e da linguagem. Seu amigo James Gregory desenvolveu essa noção no contexto da Gramática Universal clássica, particularmente na teoria geral dos modos verbais. A gramática filosófica clássica, antes de Reid e Gregory, pressupõe inter alia que a mente é “autocontida” (self-contained); em outras palavras, que os conteúdos e as operações mentais independem do ambiente natural e social. Algumas dessas operações têm uma estrutura em modus/ dictum que corresponde, grosso modo, à distinção atual entre modo psicológico e conteúdo mental conceitual, análoga à distinção entre força ilocucionária e conteúdo proposicional e que se reflete parcialmente no sistema de modos verbais nas línguas naturais. A famosa Gramática de Port-Royal já indicava uma limitação importante desse modelo de mente autocontida: “On ne se commande pas proprement à soimême”, escrevem Arnauld chr(38)amp; Lancelot (“Não se ordena propriamente a si mesmo”). Defenderei que Reid percebeu que o individualismo não permite capturar os aspectos sociais da linguagem e, por isso, viu a necessidade de apresentar uma concepção de mente diferente, antiindividualista. A noção de operação social da mente é a peça fundamental da reforma empreendida por Reid em filosofia da mente. Ademais, ele e Gregory defenderam que as linguagens se formaram particularmente para expressar esses aspectos sociais da linguagem e da mente

Keywords