Acta Botânica Brasílica (Dec 2001)

Floração, frutificação e síndromes de dispersão de uma comunidade de floresta de brejo na região de Campinas (SP) Flowering, fruiting and dispersal syndromes of a wet forest community

  • Andréa Pozetti Spina,
  • Washington Marcondes Ferreira,
  • Hermógenes de Freitas Leitão Filho

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-33062001000300006
Journal volume & issue
Vol. 15, no. 3
pp. 349 – 368

Abstract

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Dados referentes as fenofases de floração e de frutificação, das espécies de uma floresta de brejo, foram analisados quanto à época de ocorrência e suas possíveis variações nos diferentes hábitos. Os dados foram obtidos mensalmente durante o levantamento florístico das plantas vasculares. Foram registrados: o hábito da espécie, a presença ou ausência de flores e/ou frutos, a cor e a textura dos frutos. Os dados de frutificação foram agrupados quanto à deiscência e textura dos frutos, e estes quando secos e deiscentes, foram analisados quanto à presença ou não de arilo ou arilóide, e de mecanismos explosivos de deiscência. Através desta análise as espécies foram classificadas quanto às síndromes de dispersão. Na comunidade a floração e a frutificação ocorreram durante o ano todo com um pico em junho, comum à maioria das espécies. Quando as espécies são agrupadas pelo hábito, são observadas diferenças quanto à época de ocorrência de seus picos de floração e de frutificação ao longo do ano. A síndrome de dispersão mais freqüente foi a zoocoria (75% das espécies), seguida pela anemocoria (27%) e pela autocoria (l6%). As espécies arborescentes e arbustivas apresentaram as maiores porcentagens de zoocoria (75% e 57% respectivamente) enquanto que, 63% das espécies de lianas apresentaram anemocoria.Flowering and fruiting phenophase data of species from a wet forest community were analyzed. The data were collected monthly during the floristic study. Habit, the presence or absence of flowers and/or fruits, and the color and texture of fruits were registered. Fruiting data were grouped in relation to dehiscence type and texture. When dry and dehiscent the fruits were discriminated by the presence of an aril or arillode or by the explosive dehiscence. By these analyses the species were classified according to their dispersal syndromes. In the community flowering and fruiting occurred during all the year with a peak of activity in June. When species are grouped by habit, differences in the peaks of flowering and fruiting during the year were observed. Zoochory was the most frequent syndrome (57% of species), followed by anemochory (27%) and autochory (16%). For arborescents and shrubs, zoochory was the most frequent (75% and 57% of the species, respectively), and anemochory was most common in climbers species (63%).

Keywords