Revista Portuguesa de Cardiologia (Feb 2013)
Trends in clinical profile and medical treatments of atrial fibrillation patients over the last 10 years
Abstract
Aim: We sought to define trends in AF prevalence and its medical management using recent data based on data from two cross-sectional studies performed in a European country in 1999 and 2009. Methods: CARDIOTENS 1999 and CARDIOTENS 2009 were two observational, cross-sectional, multicenter studies. Patients were recruited in from primary care and cardiology outpatient clinics. A total of 32 051 and 25 137 subjects were analyzed in the two studies, 1540 and 1524 of them, respectively, diagnosed with AF. Results: Over the course of the study period there was an increase in the prevalence of AF (from 4.8% to 6.1%), mainly due to the higher prevalence of AF in patients aged over 70 years (24.7% vs. 37.1%). Furthermore, patients with AF had a higher prevalence of hypertension (64.9% vs. 87.0%), diabetes (19.0% vs. 37.4%), heart failure (30.8% vs. 34.8%), coronary artery disease (23.0% vs. 25.8%) and previous stroke (1.5% vs. 8.9%). An overall increase in prescription of antithrombotic/antiplatelet therapy was observed (33.0% vs. 62.7% and 31.0% vs. 38.2% respectively); the difference observed in 1999 between prescription of oral anticoagulation by general practitioners and cardiologists was not seen in the later study. Differences in prescription of angiotensin-converting enzyme inhibitors (28.0% vs. 40.7%), angiotensin receptor blockers (10.0% vs. 40.0%), beta-blockers (14.0% vs. 41.5%) and calcium channel blockers (21.0% vs. 34.9%) were also identified. Conclusions: The number of patients with AF and a higher risk for thromboembolic events increased over the last 10 years. More aggressive antithrombotic treatment has been observed, especially in older patients. Resumo: Objetivos: Procuramos definir as tendências prevalentes de fibrilhação auricular (FA) e o tratamento médico utilizando dados recentes, colhidos de dois estudos transversais realizados num país europeu entre 1999 e 2009. Métodos: CARDIOTENS 1999 e CARDIOTENS 2009 são dois estudos observacionais, transversais multicêntricos. Os pacientes foram recrutados de clínicas de ambulatório dirigidas por generalistas e cardiologistas. Um total de 32 051 e de 25 137 indivíduos foram analizados; 1 540 e 1 524 dos quais foram diagnosticados com FA. Resultados: Durante a realização do nosso estudo houve um aumento na incidência de FA (de 4,8% a 61,%) sobretudo devido à elevada prevalência de FA em pacientes com mais de 70 anos de idade (24,7% versus 37,1%). Para além disso doentes com FA revelam mais tendência para hipertensão (64,9% versus 87,0%), diabetes mellitus (19,0% versus 37,4%), insuficiência cardíaca (30,8% versus 34,8%), doença coronária (23% versus 25,8%) e acidente vascular cerebral prévio (1,5% versus 8,9%). No que se refere a terapia antitrombótica/antiplaquetária, foi observado um aumento generalizado na sua prescrição (33,0% versus 62,7% e 31,0% versus 38,2% respetivamente). Sobre este assunto, a diferença de prescrição de anticoagulantes orais observada em 1999 entre os generalistas e cardiologistas não se verifica atualmente. Diferenças nos agentes inibidores da enzima de conversão da angiotensina (28,0% versus 40,7%), bloqueadores recetores da angiotensina (10,0% versus 40,0%), beta-bloqueantes (14,0% versus 41,5%) e bloqueadores dos canais de cálcio (21,0% versus 34,9%) foram igualmente identificadas. Conclusões: O número de pacientes com FA e eventos trombo-embólicos com risco mais elevado aumentou ao longo da última década. Um tratamento antitrombótico mais agressivo foi observado sobretudo na população mais idosa. Keywords: Atrial fibrillation, Risk factors, Oral anticoagulation, Upstream therapies, Palavras-chave: Fibrilhação auricular, Fatores de risco, Anticoagulação oral, Terapias de upstream