Jornal de Pediatria (Dec 2012)

Prevalência de anormalidades genitais em recém-nascidos

  • Isabella L. Monlleó,
  • Susane V. Zanotti,
  • Bárbara Priscila B. de Araújo,
  • Erisvaldo F. Cavalcante Júnior,
  • Paula D. Pereira,
  • Paulo M. de Barros,
  • Maria Deysiane P. Araújo,
  • Ana Thaysa V. S. de Mendonça,
  • Catarina R. S. Santos,
  • Ylana R. dos Santos,
  • Débora de Paula Michelatto,
  • Maricilda P. de Mello,
  • Andrea T. Maciel-Guerra,
  • Gil Guerra-Júnior

DOI
https://doi.org/10.1590/S0021-75572012000600008
Journal volume & issue
Vol. 88, no. 6
pp. 489 – 495

Abstract

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OBJETIVOS: Avaliar a prevalência e descrever alterações da morfologia genital em recém-nascidos em duas maternidades-escola de gestão pública. MÉTODOS: Estudo caso/controle, descritivo, transversal. Utilizou-se protocolo clínico para avaliação da morfologia genital de 2.916 recém-nascidos entre 19/04/2010 e 18/04/2011. O grupo controle foi formado pelos nascimentos sem anormalidades morfológicas ocorridos no dia e na maternidade em que o caso foi detectado. Teste exato de Fisher foi utilizado para análises de variáveis categóricas, e de Kruskal-Wallis, para igualdade de médias. RESULTADOS: Foram detectados 29 recém-nascidos com anormalidade genital (1:100). A maioria (93,2%) foi examinada nos três primeiros dias de vida e apresentava apenas uma anormalidade. Os defeitos morfológicos compreenderam: ambiguidade genital evidente (1/29), fusão posterior de grandes lábios (1/29), micropênis (2/29), clitoromegalia (6/29), criptorquidia bilateral (6/29), hipospádia (9/29) e defeitos combinados (4/29) casos. Em apenas um caso os campos da Declaração de Nascido Vivo foram preenchidos corretamente. Prematuridade foi observada em 13/29, sendo esta a única variável estatisticamente associada à presença de anormalidade genital. Oito casos aderiram à proposta de investigação complementar, entre os quais três tiveram diagnóstico clínico de distúrbio da diferenciação do sexo. CONCLUSÕES: Evidenciou-se alta prevalência, subdiagnóstico e sub-registro de defeitos genitais nas maternidades estudadas. Os resultados reforçam a importância do exame cuidadoso de recém-nascidos com o objetivo de identificar anormalidades genitais sutis que podem compor o quadro clínico de distúrbio da diferenciação do sexo.

Keywords