Revista de Enfermagem da UFPI (Nov 2020)
Dialogues about the experiences in the Family Health Master Program
Abstract
DOI: https://doi.org/10.26694/2238-7234.8esp1-3 O conteúdo apresentado nesta edição relaciona-se com a produção de discentes e docentes inseridos no Mestrado Profissional em Saúde da Família (MPSF) conduzido pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). São trabalhos desenvolvidos durante os módulos e que apresentam relação com o resgate de experiências e memórias que dispararam reflexões e ações muito representativas, principalmente, para quem as desenvolveu. O MPSF é desenvolvido pela Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) que tem a UFPI como uma das instituições nucleadoras. Além da UFPI, compõem essa Rede a: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Fundação Universidade Estadual do Ceará (UECE), Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Regional do Cariri (URCA). As experiências aqui apresentadas refletem as práticas desenvolvidas pelos discentes na atenção básica, buscando transformar e aperfeiçoar as realidades. Constitui uma etapa do processo de formação que converge para a produção do conhecimento e mobilização para a reflexão de um modo diferente do cuidado em saúde. O MPSF representa estratégia importante para a consolidação do campo da saúde coletiva, uma vez que objetiva a formação e qualificação de profissionais da ponta, preceptores e gestores em saúde coletiva e, consequentemente, de serviços e sistema de saúde. Aliado a isso, busca formar lideranças, fomentar o trabalho em equipe e articular elementos da educação, atenção, gestão e investigação no aprimoramento da Estratégia de Saúde da Família e do Sistema Único de Saúde, com ênfase na atenção básica. No Piauí, na uma segunda turma, vinte profissionais, todos inseridos na Estratégia Saúde da família, estão imersos nessa proposta, sob a condução de quatorze docente. Várias são as categorias profissionais que compõem esse quadro discente, a saber: odontologia, enfermagem, serviço social, educação física, psicologia e medicina. A convivência e o diálogo entre as categorias, por si só, já constituem uma potência para a mudança. Ser docente nesse programa de mestrado envolve uma série de desafios. Alguns deles estão motivados pelos princípios de Paulo Freire que exploram a ação-reflexão-ação em cenários e práticas em que cada um dos envolvidos está inserido. A ideia é olhar ao redor, explorar possibilidades, agregar recursos e agir. Mais do que transformar realidades, uma das propostas é transformar a si mesmo. Outros desafios estão relacionados com a experiência de contato com metodologias não-tradicionais no processo de ensino e aprendizagem. Diante da oportunidade de experenciar o novo, vale a pena discutir sobre a permissibilidade. Aqui, nunca os versos da canção de Lulu Santos foram tão apropriados: “vamos nos permitir!” A qualidade do que é permissível, o permitido e o admissível são elementos-chave nesse processo. Talvez, esse seja um desafio de cada um dos envolvidos diante do seu movimento em prol do empoderamento e emancipação. Quando isso acontece, tudo flui. Quando são construídos obstáculos, o processo é cansativo e desgastante para todos os envolvidos. Buscar ferramentas para a transformação deve ter sentido para quem as busca. É possível que existam diferentes caminhos, mas, engessar o caminhar, talvez, esteja relacionado com o limitar-se diante de um universo plural que ‘eu também’ faço parte. No campo da Saúde Coletiva, estes são os nossos desafios diários. Se aquilo que te angustia nos cenários e práticas, também, é o que te movimenta, eis uma pequena mostra de produtos numa perspectiva de um novo olhar para o fazer-saúde. Seja bem-vindo. A casa também é sua!