Ciência Rural (Dec 2003)
Estimativa do consumo relativo de água para a cultura da soja no Estado do Rio Grande do Sul
Abstract
Estimou-se o consumo relativo de água (razão ETr/ETm) para o período crítico da cultura da soja em três épocas de semeadura, para dez localidades do Estado do Rio Grande do Sul. A evapotranspiração máxima (ETm) foi estimada utilizando-se o coeficiente de cultura (Kc) e a evapotranspiração real (ETr), calculada pelo balanço hídrico decendial, para o período de 1975/76 a 2000/2001. Considerando-se os valores médios dos períodos, o consumo relativo de água variou de 0,46 na época de semeadura de outubro, em Rio Grande, a 0,74 na semeadura de dezembro em Veranópolis. São Gabriel e Rio Grande foram os locais que apresentaram os menores valores de consumo relativo de água, portanto, com maior risco para a produção de grãos. Em anos de forte estiagem, o consumo relativo de água, em algumas situações, foi menor do que 0,20, evidenciando o problema da deficiência hídrica no Estado. Em 46,3% dos casos analisados, o consumo relativo de água classifica-se como de médio ou alto risco para a cultura da soja (índice ETr/ETm < 0,60 durante o período crítico). A localidade de Rio Grande apresentou 63,3% dos casos com índice igual ou menor a 0,60, seguido-se São Gabriel com 61,1 %, Encruzilhada do Sul com 52,6% e Júlio de Castilhos com 50,8% dos casos. Os locais de menor risco foram Passo Fundo, Veranópolis e Santa Rosa com índices iguais ou menores do que 0,60 ocorrendo em 30,3%, 37,5% e 38% dos casos, respectivamente. A época de semeadura de maior risco por deficiência hídrica para a soja foi a de outubro, enquanto a semeadura de dezembro foi a de menor risco. Para o conjunto dos locais analisados, pode-se esperar redução de rendimento de grãos de soja por deficiência hídrica, em cerca de nove safras a cada vinte, com intensidade variável, dependendo do local, do ano e da época de semeadura.
Keywords