Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

ID001 Análise de custo-efetividade do Cateter Central de Inserção Periférica (PICC), com tecnologia de confirmação eletromagnética intracavitária na perspectiva da saúde suplementar

  • Renê Brandão,
  • Elen Prado,
  • Lilian Reinaldi,
  • Roberto Carlos Lyra,
  • Antonio Peregrino

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.25
Journal volume & issue
Vol. 9, no. s. 1

Abstract

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Introdução A história da terapia intravenosa começa no século XV com várias transformações e evoluções tecnológicas até os dias de hoje. Os dispositivos para acessos vasculares profundos possibilitaram maior conforto para o paciente e o cateter central de inserção periférica (PICC) possibilitou a canulação de vasos profundos através de punção e vasos periféricos, dando mais segurança ao procedimento. A técnica de punção “às cegas” é muito dependente da experiência do profissional e de confirmação radiológica. Existem PICCs que utilizam técnica de confirmação da localização da ponta do cateter por eletromagnetismo, chamada de “navegação”. A confirmação intracavitária proporciona maior segurança e efetividade e aumenta as chances de sucesso no posicionamento do cateter, minimizando os riscos e melhorando a eficiência no estabelecimento de acessos vasculares. Métodos Análise de custo-efetividade empírica na qual as estimativas de probabilidade e desfecho de efetividade foram extraídas de um banco de dados disponibilizado por hospitais privados durante o período de um ano( Janeiro 2021 à Janeiro 2022 ). O modelo analítico do tipo árvore de decisão foi desenvolvido e analisado com o auxílio do Software TreeAge® Pro Healthcare 2021. As estimativas de custo foram extraídas do Banco de Preços como da revista SIMPRO e BRASINDICE. A medida de efetividade foi a probabilidade de correto posicionamento da ponta do cateter na primeira tentativa. Resultados Com uma efetividade de 94% e um custo monetário de R$ 6.331,00, o modelo sugere que o PICC com navegação eletromagnética intracavitária é a alternativa custo-efetiva no caso-base, dominando o PICC sem navegação. O benefício líquido monetário. Discussão e conclusões A terapia infusional como objeto de investigação vem ganhando espaço importante no cenário acadêmico, tendo em vista que é uma ciência que busca conhecimento sobre os dispositivos vasculares, seus benefícios e consequências associadas aos processos e técnicas inerentes a canulação dos vasos sanguíneos, transitando por vários seguimentos de serviços de saúde, transversais a gestão institucional e dos cuidados em saúde, com grande apelo pela segurança e qualidade da assistência e otimização de custos associados. Após a análise de sensibilidade probabilística e determinística, o PICC com tecnologia de navegação e confirmação permaneceu como alternativa mais atraente do ponto de vista da custo-efetividade, dentro do limiar de disposição para pagar de 1 PIB per capita, estipulado em R$35.161 tomando como referência o ano de 2020. O estudo concluiu que é maior a probabilidade de o PICC com navegação eletromagnética ser mais custo-efetivo comparado ao PICC sem tecnologia para a assertividade da posição da ponta de cateter, quanto maior for a disposição de pagar, a partindo-se de R$ 240,00, aproximadamente. Apesar das incertezas e limitações do estudo, foi possível a obtenção de resultados satisfatórios para nortear futuros pesquisadores e auxiliar gestores em sua tomada de decisão. Os objetivos do estudo foram alcançados e, os resultados obtidos sugerem, que a tecnologia de PICC com navegação eletromagnética pode ser a melhor alternativa disponível para a uso, comparado aos PICCs comuns, dependendo da disposição de pagar dos gestores e decisores locais. Vale ressaltar que não foram encontradas publicações nacionais nessa temática, considerada essencial dada a importância do tema envolvendo segurança e conforto dos pacientes, melhoria da qualidade assistencial, e redução de riscos e custos associados ao processo, acredito que este estudo poderá contribuir para futuros estudos sobre o assunto, e auxilio em tomadas de decisões na incorporação destas tecnologias com analises mais cientificas, não apenas no âmbito da saúde suplementar, mas podendo também ser fomentado no âmbito do SUS. No Brasil, se faz necessários tais estudos, devido ao aumento de utilização de dispositivos PICC, a busca pela melhor performance da qualidade assistencial e de segurança do paciente, e a busca da sustentabilidade econômica na incorporação de novas tecnologias de saúde sobre acessos vasculares.

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