Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Sep 2021)

Características e Tendências na Mortalidade em Diferentes Fenótipos de Insuficiência Cardíaca na Atenção Primária

  • Antonio José Lagoeiro Jorge,
  • Leticia Mara dos Santos Barbetta,
  • Eduardo Thadeu de Oliveira Correia,
  • Wolney de Andrade Martins,
  • Adson Renato Leite,
  • Maria Auxiliadora Nogueira Saad,
  • Márcia Maria Sales dos Santos,
  • Dayse Mary Correia,
  • Maria Luiza Garcia Rosa,
  • Sérgio Chermont,
  • Cárita Cunha dos Santos,
  • Evandro Tinoco Mesquita

DOI
https://doi.org/10.36660/abc.20190912
Journal volume & issue
Vol. 117, no. 2
pp. 300 – 306

Abstract

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Resumo Fundamento: A classificação da insuficiência cardíaca (IC) por fenótipos possui grande relevância na prática clínica. Objetivo: O estudo visou analisar a prevalência, as características clínicas e os desfechos entre os fenótipos de IC no contexto da atenção primária. Métodos: Trata-se de uma análise de um estudo de coorte que incluiu 560 indivíduos, com idade ≥ 45 anos, que foram selecionados aleatoriamente em um programa de atenção primária. Todos os participantes foram submetidos a avaliações clínicas, dosagem do peptídeo natriurético tipo B (BNP), eletrocardiograma e ecocardiografia em um único dia. A IC com fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) < 40% foi classificado como IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr), FEVE de 40% a 49% como IC com fração de ejeção intermediária (ICFEi) e FEVE ≥ 50% como IC com fração de ejeção preservada (ICFEp). Após 5 anos, os pacientes foram reavaliados quanto à ocorrência do desfecho composto de óbito por qualquer causa ou internação por doença cardiovascular. Resultados: Dos 560 pacientes incluídos, 51 pacientes tinham IC (9,1%), 11 dos quais tinham ICFEr (21,6%), 10 tinham ICFEi (19,6%) e 30 tinham ICFEp (58,8%). A ICFEi foi semelhante à ICFEp nos níveis de BNP (p < 0,001), índice de massa do ventrículo esquerdo (p = 0,037) e índice de volume do átrio esquerdo (p < 0,001). O fenótipo de ICFEi foi semelhante ao de ICFEr em relação à doença arterial coronariana (p = 0,009). Após 5 anos, os pacientes com ICFEi apresentaram melhor prognóstico quando comparados aos pacientes com ICFEp e ICFEr (p < 0,001). Conclusão: A prevalência de ICFEI foi semelhante ao observado em estudos anteriores. A ICFEI apresentou características semelhantes a ICFEP neste estudo. Nossos dados mostram que a ICFEi teve melhor prognóstico em comparação com os outros dois fenótipos.

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