Saúde em Debate ()

Complexidade e potencialidade do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde no Brasil contemporâneo

  • Ivana Cristina de Holanda Cunha Barreto,
  • Vanira Matos Pessoa,
  • Maria de Fátima Antero de Sousa,
  • Sharmenia de Araújo Soares Nuto,
  • Roberto Wagner Junior Freire de Freitas,
  • Kelen Gomes Ribeiro,
  • Anya Pimental Gomes Fernandes Vieira-Meyer,
  • Luiz Odorico Monteiro de Andrade

DOI
https://doi.org/10.1590/0103-11042018s108
Journal volume & issue
Vol. 42, no. spe1
pp. 114 – 129

Abstract

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RESUMO O objetivo deste artigo foi analisar o escopo de práticas dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) relacionando-o à situação social e de saúde, bem como os elementos facilitadores e os limitantes. Trata-se de um estudo transversal de abordagem mista, e estratégia explanatória sequencial, realizado em quatro municípios do Ceará. No estudo quantitativo, a amostra de 160 ACS foi aleatória com instrumento estruturado. No qualitativo, realizou-se seis grupos focais e entrevistas. Prevaleceram, na amostra, mulheres (139; 86,9%), casadas (111; 69,4%), com renda familiar maior ou igual a 2 salários mínimos (102; 63,7%), nível técnico incompleto (68; 42,5%), da zona urbana (114; 71,3%), atuando como ACS há menos de 10 anos (93; 58,2%). As principais atividades foram visitação domiciliar de grupos prioritários e cadastramento de famílias. Evidenciou-se a complexidade do trabalho, que inclui ações de promoção e vigilância à saúde como pré-natal, imunizações, hipertensão, diabetes, cuidado com idosos, entre outros. Como limitantes das práticas, identificaram-se: deficiência da formação técnica, suporte reduzido no trabalho e violência. Como potencializadores: educação permanente e gestão participativa. O escopo de práticas dos ACS é complexo e abrangente, incluindo a articulação de políticas públicas no território, o que se constitui em uma potencialidade para promoção da saúde de comunidades vulneráveis.

Keywords