Revista de Saúde Pública (Aug 2012)

Ambiente familiar e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade Ambiente familiar y trastorno por déficit de atención e hiperactividad Family environment and attention-deficit hyperactivity disorder

  • Thiago de Oliveira Pires,
  • Cosme Marcelo Furtado Passos da Silva,
  • Simone Gonçalves de Assis

Journal volume & issue
Vol. 46, no. 4
pp. 624 – 633

Abstract

Read online

OBJETIVO: Analisar fatores associados a transtorno de déficit de atenção e hiperatividade em crianças. MÉTODOS: Estudo longitudinal sobre problemas de comportamento em crianças escolares de São Gonçalo, RJ, em 2005. Foram analisados 479 escolares da rede pública selecionados por amostragem por conglomerados em três estágios. Foi utilizada a escala Child Behavior Checklist para medição do desfecho. Foi aplicado um questionário para pais/responsáveis acerca dos fatores de exposição analisados: perfil da criança e da família, variáveis de relacionamento familiar, violências físicas e psicológicas. O modelo regressão log-binomial com enfoque hierarquizado foi empregado para a análise. RESULTADOS: Quociente de inteligência mais alto associou-se inversamente à frequência do transtorno (RP = 0,980 [IC95% 0,963;0,998]). A prevalência de transtorno nas crianças foi maior quando havia disfunção familiar do que entre famílias com melhor forma de se relacionar (RP = 2,538 [IC95% 1,572;4,099]). Crianças que sofriam agressão verbal pela mãe apresentaram prevalência 3,7 vezes maior do que aquelas não expostas a essa situação no último ano (RP = 4,7 [IC95% 1,254;17,636]). CONCLUSÕES: Relações familiares negativas estão associadas aos sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Sua associação com quociente de inteligência reitera a importância da base genética e ambiental na origem do transtorno.OBJETIVO: Analizar factores asociados a trastorno por déficit de atención e hiperactividad en niños. MÉTODOS: Estudio longitudinal sobre problemas de comportamiento en niños escolares de Sao Gonçalo, Sureste de Brasil, en 2005. Se analizaron 479 escolares de la red pública seleccionados por muestreo por conglomerados en tres fases. Se utilizó la escala Child Behavior Checklist para medir el resultado. Se aplicó un cuestionario para padres/responsables sobre los factores de exposición analizados: perfil del niño y de la familia, variables de relación familiar, violencias físicas y psicológicas. El modelo de regresión log-binomial con enfoque jerarquizado se empleó en el análisis. RESULTADOS: Cociente de inteligencia elevado se asoció inversamente con la frecuencia del trastorno (RP= 0,980 [IC95% 0,963;0,998]). La prevalencia de trastorno fue mayor en los niños con disfunción familiar que entre las familias con buena relación (RP=2,538 [IC95% 1,572;4,009]). Niños que sufrían agresión verbal por parte de la madre presentaron prevalencia 3,7 veces mayor que aquellos no expuestos a esa situación en el último año (RP=4,7 [IC95% 1,254;17,636]). CONCLUSIONES: Relaciones familiares negativas están asociadas a los síntomas de trastornos por déficit de atención e hiperactividad. Su asociación con el cociente de inteligencia reitera la importancia de la base genética y ambiental en el origen del trastorno.OBJECTIVE: To analyze factors associated with attention-deficit and hyperactivity disorder in children. METHODS: This is a longitudinal study about behavior problems in schoolchildren that was carried out in the city of São Gonçalo (Southeastern Brazil) in 2005. A total of 479 students from public schools was analyzed, selected through three-stage cluster sampling. The Child Behavior Checklist was used to measure the outcome. A questionnaire was administered to parents/guardians concerning the exposure factors, which were: child's and family's profile, family relationship variables, physical and psychological violence. The log-binomial regression model with a hierarchical approach was employed in the analysis. RESULTS: Higher intelligence quotient was inversely associated with the frequency of the disorder (PR=0.980 [95%CI 0.963;0.998]). The prevalence of the disorder in the children was higher when there was family dysfunction than among families with a better way of relating (PR=2.538 [95%CI 1.572; 4.099]). Children who suffered verbal abuse from the mother had a prevalence 3.7 times higher than the ones not exposed to this situation in the last year (PR=4.7 [95%CI 1.254;17.636]). CONCLUSIONS: Negative family relationships are associated with symptoms of Attention-Deficit and Hyperactivity Disorder. Its association with the intelligence quotient reiterates the importance of the genetic and environmental basis at the origin of the disorder.

Keywords