Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)
RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS DE PRIMEIRA ESCOLHA UTILIZADOS NO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE
Abstract
Introdução: A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis. O acometimento pulmonar é o de maior importância epidemiológica pois é o responsável por manter a cadeia de transmissão da doença. Em 2018, no mundo, 10 milhões de pessoas adoeceram por tuberculose e 1,5 milhão morreram da doença. Sua principal linha de tratamento é o esquema RHZE, sendo os primeiros 2 meses chamados de fase intensiva pelo uso de R – rifampicina, H- Isoniazida, Z – Pirazinamida e E – Etambutol e os 4 meses seguintes, de fase de manutenção pelo uso de R – rifampicina, H- Isonisida. O uso indiscriminado de antibiótico é a principal causa da resistência dos antimicrobianos, impactando na limitação da eficácia do tratamento da doença. Objetivo: Apresentar o impacto da resistência antimicrobiana no tratamento de tuberculose, através de uma revisão de literatura. Método: Foi realizada uma busca nas fontes BVS, LILACS E MEDILINE com uso dos descritores: “resistência a medicamentos”, “tuberculose” e “antimicrobianos”, identificados no DeCS. Utilizados como critérios de inclusão artigos dos últimos 5 anos nos idiomas português e inglês. Como critério de exclusão, eliminaram-se os artigos que se repetiam e textos que fugiam ao tema. Resultados: Foram selecionados 11 artigos, sendo apenas 4 elegíveis para análise. Os estudos mostram que os testes de sensibilidade são classificados em três categorias: a monorresistência, multirresistência (resistência simultânea pelo menos a R+H), polirresistência (resistência a dois ou mais fármacos, exceto a associação R+H), sendo predominante a monorresistência, seguida da multirresistência e polirresistência, respectivamente. Também evidenciam que o principal fator contribuinte para a resistência adquirida do Mycobacterium tuberculosis aos antimicrobianos é o abandono do tratamento. Conclusão: Ações para garantir a manutenção do tratamento podem impactar nos perfis de resistência microbiana. Logo, a captação e diagnósticos precoces e adesão ao tratamento devem ser fortalecidos por políticas públicas.