Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE ANTICORPOS IGG ANTI-SARS-COV-2 EM LÁGRIMAS DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE TOTALMENTE VACINADOS COM CORONAVAC - ESTUDO PRELIMINAR

  • Larissa Carolin Mansano Soares,
  • Leonardo Amarante Pereira,
  • Guilherme Feltrin de Barros,
  • Matheus Prado Nascimento,
  • Júlia Gomes da Silva,
  • Glaucia Luciano da Veiga,
  • Fernando Luiz Afonso Fonseca,
  • Julio Zaki Abucham Neto,
  • Vagner Loduca Lima

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102452

Abstract

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Introdução: O SARS-CoV-2 foi identificado em diferentes partes do corpo humano, incluindo a superfície ocular e secreções conjuntivais. Neste ponto, as principais vias de transmissão reconhecidas são gotículas respiratórias e contato interpessoal próximo. Alguns estudos concluíram que a superfície ocular pode servir como fonte de reservatório de SARS-CoV-2; portanto, pode ser transmitida pelo contato mão-olho e depois ser transferida para outros sistemas pela via nasolacrimal e metástase hematogênica. Embora a produção de anticorpos séricos contra SARS-CoV-2 tenha sido comprovadamente induzida pela CoronaVac, pouco se sabe sobre a produção de anticorpos SARS-CoV-2 em lágrimas. Objetivo: Quantificar a presença ou ausência de imunoglobulina anti-SARS-COV-2 em filme lacrimal em pacientes totalmente vacinados com o vírus inativado compará-lo com valores sorológicos de imunoglobulinas. Método: Foram incluídos profissionais de saúde de um hospital universitário duas semanas após receberem a segunda dose da vacina. 87 pacientes quatro semanas após receberem a segunda dose com a mesma vacina tiveram suas lágrimas coletadas com Schimmer. As amostras foram mantidas em recipientes estéreis e enviadas para análise imunológica. Após a coleta da lágrima, uma amostra de sangue também foi coletada. Foram analisadas informações clínicas como sexo, valores séricos e de imunoglobulina lacrimal. Resultados: Em nosso estudo transversal, dos 87 participantes, 71 eram do sexo feminino (81,6%) e 16 (18,3%) do sexo masculino. A presença de imunoglobulina anti-SARS-COV-2 nas lágrimas foi apresentada apenas em 1 paciente do sexo masculino (1,14%), enquanto a positividade de IgG nas amostras de soro foi observada em 82 pacientes (94,2%) e 5 pacientes do sexo feminino testaram negativo (5,8 %). Além disso, também foi analisado o valor sérico total da imunoglobulina anti-SARS-COV-2 sendo 85 (97,7%) positivos e 2 (2,3%) negativos. Esses dois pacientes foram negativos para a quantidade total e valores de IgG. Conclusão: Estudos recentes mostraram que o RNA viral foi detectado em swabs oculares de pacientes COVID-positivos, o que indica que a superfície ocular é um local de infecção. No presente estudo, a maioria dos pacientes não apresentou defesa imunológica para SARS-cov-2 no filme lacrimal após a vacinação e portanto, a superfície ocular pode ser uma importante via de transmissão. Novos estudos com diferentes vacinas devem ser feitos para comparar a resposta imunológica.