Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2023)
ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DA FEBRE POR CHIKUNGUNYA NO AMAPÁ DE 2017 A 2021
Abstract
Introdução: Chikungunya é uma arbovirose transmitida por meio da picada da fêmea do gênero Aedes aegypt infectado. A reação febril intensa e artralgia e condicionam um “caso suspeito” com base no vínculo epidemiológico. As manifestações tardias, como: dores crônicas e intensas nas articulações se mantém em até 50% dos casos. Apesar do Amapá ser um dos primeiros estados a identificar a circulação do vírus em 2014 ainda carecem estudos que revelem o perfil epidemiológico e as condições que reiteram a continuidade dessa infecção. Método: Trata-se de uma pesquisa transversal, descritiva com abordagem quantitativa, com dados de 2017 a 2021. Os dados foram de indivíduos, independente da faixa etária, notificados pela condição no estado do Amapá. A coleta para o estudo foi realizada através do Sistema de Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e os parâmetros analisados foram: número absoluto de casos, faixa etária, sexo, raça, região de moradia, condição e evolução da doença. Resultados: Observaram-se 1712 casos notificados de febre por Chikungunya no estado do Amapá, sendo 2017 e 2018 os anos de mais notificações 74,76% (1280) em comparação a 2020 com 2,57% (44). Dentre os totais, 29,96% (513) foram confirmados. Entre os confirmados, 98,44% (505) são procedentes do Estado do Amapá com uma distribuição de 49,70% (255) de Macapá e 11,30% (58) em Laranjal do Jari e Santana, todos oriundos de áreas rurais. Além disso, a maior prevalência foi em pardos, 78,16% (401) e a faixa etária mais acometida foi de 20-39 anos, representando 37,03% (190) com predominância do sexo feminino de 61,79% (317). Na evolução da doença, 86,54% (444) evoluíram com cura e 1 óbito foi registrado. Conclusão: a distribuição dos parâmetros epidemiológicos analisados reforça a prevalência da infecção pelo Chikungunya em indivíduos em idade laboral e que residem ou procedem de áreas interioranas. Depreende-se então, que a infecção persistente pelo vírus na região reflete a condição rural do Estado, que necessita de um amparo maior na prevenção primária dessa doença, como a eliminação de potenciais criadouros de mosquitos. Além de que o reconhecimento de formas graves e óbitos oriundo da Chikungunya ainda é uma dificuldade em todo Brasil.