Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (Jun 2011)

Tratamento cirúrgico da hipertrofia clitoriana Surgical treatment of clitorian hypertrophy

  • Aymar Edison Sperli,
  • José Octávio Gonçalves De Freitas,
  • Alieksei Clairefont De Andrade Mello

DOI
https://doi.org/10.1590/S1983-51752011000200021
Journal volume & issue
Vol. 26, no. 2
pp. 314 – 320

Abstract

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INTRODUÇÃO: Segundo vários autores, a hipertrofia discreta do clitóris está presente em 25% das mulheres. Quando o volume passa a incomodar no ato sexual, acompanhado ou não de distúrbios psicológicos, as pacientes buscam inicialmente ajuda de ginecologistas ou endocrinologistas e não raramente são encaminhadas à cirurgia plástica para a resolução dos problemas. MÉTODO: Nossa experiência é baseada em 9 pacientes, durante 15 anos, portadoras de genitália ambígua, submetidas a tratamento cirúrgico. Foram selecionados 3 casos para ilustrar os resultados obtidos com a técnica. Duas pacientes com hipertrofia clitoriana do tipo II de Prader foram selecionadas; uma de origem adquirida na idade adulta, e outra de origem possivelmente congênita. A terceira paciente apresentava anomalias sexuais múltiplas, de origem congênita: agenesia de vagina, hipertrofia clitoriana, presença de ovários e testículos atrofiados, pseudo-hermafroditismo feminino, catalogada como tipo V de Prader. Todos os três pacientes foram submetidas a redução do clitóris pela dissecção da cobertura músculo-cutânea (desenluvamento) e sepultamento do corpo clitoriano por sutura. RESULTADOS: Os procedimentos cirúrgicos realizados preservaram a estética e a sensibilidade, com redução das dimensões do clitóris. CONCLUSÃO: Os procedimentos apresentam relativa simplicidade, porém dentro de critérios cirúrgicos buscando a preservação das funções e da anatomia da genitália externa.INTRODUCTION: Moderate clitoris hypertrophy has been described in 25% of the women. When its shape and volume disturb at the sexual activity, combined or not by psychological problems, initially patients search for help from gynecologists and or by endocrinologists and not rarely are send to plastic surgeons. Our experience is based on 9 patients with ambiguous external genitalia, submitted to these surgeries during the last 15 years. Three cases were selected to demonstrate the obtained results with the technique. Two female patients with Prader type II clitoris aspect were selected; one of them presents the problem at adult age and, in the other, the etiology was possible congenital. The third patients presented hypertrophic clitoris combined with pseudo-hermaphroditism with ovarium, atrophic testicles as described in Prader Type V. METHODS: The all three patients were submitted to clitoris reduction by dissection of the mucous-cutaneous covering and its excess buried by suture. The third patient with pseudo-hermaphroditism had also neo-vagina reconstruction. RESULTS: The surgical procedures preserved esthetic and sensibility, with clitoris dimensions reduction. CONCLUSION: The surgical procedures presented moderate simplicity, but within the surgical criteria to preserve the functions and the external genitalia anatomy.

Keywords