Kalagatos (Mar 2017)
Liberdade política versus livre-arbítrio: apontamentos sobre a crítica arendtiana à soberania pelo viés da noção de vontade
Abstract
Na antiguidade, a liberdade era vista como o estado do homem livre, capaz de ir para o mundo e interagir com outras pessoas, através de palavras e ações, nunca foi um problema filosófico. Somente quando os cristãos descobriram uma espécie de liberdade que não tinha relação com a política – a vontade segundo a noção de livre-arbítrio – é que o conceito de liberdade pôde penetrar na história da filosofia. No campo político, esse desvio filosófico deslocou a questão da liberdade enquanto virtuosismo para a ideia de soberania, consequência política das mais perigosas, pois nega o caráter de pluralidade da liberdade humana.