Revista Águas Subterrâneas (Jan 2019)
ESTUDO DE SUBSUPERFÍCIES SUSCETÍVEIS À CONTAMINAÇÃO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUA SUBTERRÂNEOS EM SANTA CRUZ DO SUL
Abstract
O estudo aborda o comportamento da onda primária (P) de uma fonte sísmica, buscando revelar as velocidades de propagação da onda nos meios geológicos e, com isso, estimar sua composição e respectivas profundidades. Essas informações contribuem para relacionar diferentes estruturas geológicas e, por consequência, inferir o grau de suscetibilidade à contaminação de reservas hídricas subterrâneas. Para minimizar possíveis agressões ao ambiente utilizamos técnicas geofísicas baseadas em ondas elásticas, que permitem obter informações de maneira indireta das estruturas em subsuperfície. As ondas sísmicas são vibrações mecânicas que se propagam nas camadas geológicas. A propagação das ondas sísmicas obedece à lei de Snell-Descartes, segundo a qual, quando uma onda sísmica encontra uma interface, que separa dois meios com impedâncias acústicas diferentes, origina-se ondas refletidas e refratadas. Assim, uma onda ao passar de um meio com menor velocidade para um meio com maior velocidade, será refletida com o mesmo ângulo de chegada. Existe um ângulo de incidência para o qual toda a onda será refratada com ângulo de 90º em relação à normal à superfície. Nessa condição, a incidência é denominada crítica e a propagação da onda sísmica ocorre ao longo da interface de separação entre os dois meios. Caso os ângulos de incidência sejam maiores que 90º não existirá onda refratada. Para que ocorra a refração total, é necessário que a velocidade de propagação aumente para camadas mais profundas, o que é encontrado na maioria das situações geológicas.