Cadernos de Saúde Pública (Jul 2015)

Desigualdade no acesso a medicamentos para doenças crônicas em mulheres brasileiras

  • Flávia Katrein,
  • Cesar Augusto Oviedo Tejada,
  • Maria Clara Restrepo-Méndez,
  • Andréa D. Bertoldi

DOI
https://doi.org/10.1590/0102-311X00083614
Journal volume & issue
Vol. 31, no. 7
pp. 1416 – 1426

Abstract

Read online

O objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência de acesso a medicamentos para tratamento de doenças crônicas e a existência de desigualdades socioeconômicas no acesso. Os dados são da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde e da Mulher e da Criança de 2006, com uma amostra de 15.575 mulheres (15 a 49 anos). Dessas, 7.717 tiveram diagnóstico de doença crônica com necessidade de obtenção de medicamento e foram consideradas elegíveis para o estudo. O desfecho foi construído com base no diagnóstico de doença crônica e na necessidade de obtenção de medicamento para o tratamento. A análise ajustada foi conduzida usando-se a regressão de Poisson. Os grupos que apresentaram maior prevalência de acesso foram os domiciliados na zona rural, com uma ou duas doenças crônicas e com nível socioeconômico mais elevado. A prevalência de acesso encontrada foi alta, no entanto, as análises demonstram que existe desigualdade socioeconômica no acesso a medicamentos a favor dos mais ricos, identificando como grupo mais vulnerável aquele dos indivíduos mais pobres e com maior número de doenças crônicas.

Keywords