Pretextos (Jun 2017)
MEDICAÇÃO/MEDICALIZAÇÃO NA INFÂNCIA E SUAS POSSIVÉIS CONSEQUÊNCIAS
Abstract
O estudo sobre a medicação/medicalização na infância e suas possíveis consequências tem por objetivo geral analisar a medicalização da infância e suas repercussões para a criança, ainda que no exercício da constituição subjetiva, considerando o sintoma como forma de expressão singular do sujeito. Os objetivos específicos buscam estudar a história da medicação; identificar a diferença metodológica existente entre a medicina contemporânea em sua prática através do DSM e psicanálise, no que se refere ao sintoma, diagnóstico e tratamento e se existe uma diferença quanto à medicação; investigar a possível influência do mercado capitalista, através da indústria farmacêutica, no aumento do consumo de psicofármacos; realizar entrevistas semiestruturadas com profissionais de distintas áreas, tais como médicos (neuropediatra) e um psicanalista. A metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo embasa-se na pesquisa exploratória qualitativa apresentando duas vertentes, a primeira de cunho bibliográfico e a segunda através da análise de entrevistas semiestruturadas. Portanto, as contribuições desse estudo se referem à reflexão do processo da medicalização que aparece sob várias facetas, não de modo a opor uma à outra, mas na tentativa de compreendê-las a partir de suas articulações. A dicotomia existente entre o método da medicina e psicanálise propicia essa compreensão, na medida em que o mal-estar é pensado na perspectiva do isso e/ou aquilo, ou seja, a causalidade do sofrimento não é reduzida apenas ao nível biológico ou psicológico. Essa perspectiva aponta para o lugar do psicofármaco no tratamento psicanalítico e se embasa em não abandonar o sujeito às classificações, aproveitando assim, os recursos de cada um.