Revista Portuguesa de Cardiologia (Apr 2022)
What is the role of septal myectomy in aortic stenosis?
Abstract
Asymmetric basal septal hypertrophy is present in 10% of patients with hemodynamic significant aortic valve stenosis. From the surgeon's standpoint, it represents a dilemma as it may be implicated in suboptimal short and long-term results after aortic valve replacement (AVR), but also heighten unwarranted complications at the time of surgical correction. To provide insight about the usefulness and safety of concomitant septal myectomy in this setting, we performed a literature review searching Medline from its inception to November 2020 using the Pubmed interface. Only five low evidence retrospective analyses, comprising a total of <200 patients undergoing AVR with concomitant septal myectomy, were found in the literature. In summary, routine myectomy, in the presence of suspected or directly visualized asymmetric septal hypertrophy on echocardiogram during AVR, seems to be a safe procedure, with all authors reporting a low rate or absence of complications. Overall, myectomy in this setting is associated with superior echocardiographic results concerning surrogates of LV remodelling (LVM; LVM index; LVM/height) and diastolic function (E/E’), suggesting some benefit for hemodynamic outcomes. However, to what extent hemodynamic improvement is exclusively attributable to myectomy is uncertain, as is, the clinical significance of such an improvement, with similar short and mid-term survival rates being reported. Resumo: A hipertrofia assimétrica do septo basal está presente em cerca de 10% dos doentes com estenose aórtica hemodinamicamente significativa. Esta entidade representa um dilema do ponto de vista cirúrgico, uma vez que pode estar implicada em resultados subótimos após a substituição valvular aórtica, mas também em complicações, quando corrigida cirurgicamente. De forma a esclarecer a utilidade e segurança da miectomia quando realizada neste contexto, uma revisão da literatura foi realizada utilizando a Medline desde a conceção até novembro de 2020, através da interface Pubmed. Apenas cinco estudos retrospetivos de baixo nível de evidência foram encontrados. No seu conjunto totalizam menos de 200 doentes submetidos a substituição valvular aórtica e miectomia concomitante. Resumindo, a realização de miectomia por rotina na presença de hipertrofia septal assimétrica, identificada ecocardiograficamente ou por visão direta intraoperatoriamente, durante o procedimento de substituição valvular aórtica, é um procedimento aparentemente seguro, com todos os autores a reportarem taxas baixas ou ausentes de complicações relacionadas. De forma geral, a miectomia neste contexto foi associada a resultados ecocardiográficos, incluindo surrogates de remodelling ventricular esquerdo e função diastólica, superiores, sugerindo um benefício hemodinâmico. No entanto, qual o grau de melhoria que é atribuível isoladamente à miectomia é incerto, assim como é incerto o seu significado clínico, com sobrevida em curto e médio prazo equivalente reportada.