Revista de Saúde Pública (Aug 2011)
Diferenças de gênero no campo da sexologia: novos contextos e velhas definições Diferencias de género en el campo de la sexología: nuevos contextos y viejas definiciones Gender differences in the field of sexology: new contexts and old definitions
Abstract
OBJETIVO: Analisar concepções de gênero e sexualidade presentes no campo de intervenções terapêuticas em torno do sexo. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Observação etnográfica, complementada por análise documental de material impresso referente ao X Congresso Brasileiro de Sexualidade Humana, promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, e ao VIII Congresso Brasileiro sobre Inadequações Sexuais, promovido pela Associação Brasileira para o Estudo das Inadequações Sexuais, realizados em 2005. A análise privilegiou a interação entre a perspectiva quantitativa no processamento das variáveis profissão e gênero dos participantes e temas das palestras, e perspectiva qualitativa na análise e interpretação do conjunto mais geral de dados. RESULTADOS: Os temas das sessões e o enfoque das apresentações sugerem que o campo é definido pelo contraste entre duas especialidades médicas: a ginecologia e a urologia, a primeira voltada para disfunções femininas e do casal e a segunda para as disfunções masculinas. CONCLUSÕES: A sexualidade masculina é abordada por perspectiva predominantemente biomédica, centrada na fisiologia da ereção e na prescrição de medicamentos, enquanto a sexualidade feminina é apresentada como condicionada por problemas relacionais, mais adequados à intervenção psicológica.OBJETIVO: Analizar concepciones de género y sexualidad presentes en el campo de intervenciones terapéuticas en torno al sexo. PROCEDIMIENTOS METODOLÓGICOS: Observación etnográfica, complementada por análisis documental de material impreso referentes al X Congreso Brasileño de Sexualidad Humana, promovido por la Sociedad Brasileña de Estudios en Sexualidad Humana y el VIII Congreso Brasileño sobre Inadecuaciones Sexuales, promovido por la Asociación Brasileña para el Estudio de las Inadecuaciones Sexuales, realizados en 2005. El análisis privilegió la interacción entre la perspectiva cuantitativa en el procesamiento de las variables profesión y género de los participantes y temas de las palestras y cualitativa en el análisis e interpretación del conjunto más general de datos. RESULTADOS: Los temas de las sesiones y el enfoque de las presentaciones sugieren que el campo es definido por el contraste entre dos especialidades médicas: la ginecología y la urología, la primera dirigida a disfunciones femeninas y de la pareja y la segunda a las disfunciones masculinas. CONCLUSIONES: La sexualidad masculina es abordada por perspectiva predominantemente biomédica, centrada en la fisiología de la erección y en la prescripción de medicamentos, mientras que la sexualidad femenina es presentada como condicionada por problemas de relación, más adecuados a la intervención psicológica.OBJECTIVE: To analyze concepts of gender and sexuality present in the field of sex therapeutic interventions. METHODOLOGICAL PROCEDURES: An ethnographic observation was conducted, and it was completed with the analysis of printed material originated from the X Congresso Brasileiro de Sexualidade Humana (10th Brazilian Congress on Human Sexuality), promoted by the Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Brazilian Society of Human Sexuality Studies), and the VIII Congresso Brasileiro sobre Inadequações Sexuais (8th Brazilian Congress on Sexual Inadequacies), promoted by the Associação Brasileira para o Estudo das Inadequações Sexuais (Brazilian Association of Sexual Inadequacy Studies), both held in 2005. The analysis emphasized the interaction between the quantitative perspective in the processing of the variables (participants' gender and profession and lecture topics) and the qualitative perspective in the analysis and interpretation of the more general set of data. RESULTS: The topics of sessions and focus of presentations suggest that the field is divided by the contrast between two medical specialties: gynecology and urology, the former is aimed at female and couple dysfunctions, while the latter is aimed at male dysfunctions. CONCLUSIONS: Male sexuality is approached from the predominantly biomedical perspective, centered on the physiology of erection and drug prescription, whereas female sexuality is considered to be conditioned by relationship problems, when psychological intervention is more adequate.