Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

LINFOMA PLASMABLÁSTICO ASSOCIADO AO HIV: UM RELATO DE CASO

  • RLFA Paiva,
  • RS Rodrigues,
  • VL Bueno,
  • IC Braga,
  • HJ Salgado,
  • GLP Medeiros,
  • LJ Salgado,
  • KDB Vasconcelos,
  • MPS Souza

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S1093 – S1094

Abstract

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Objetivo: Relatar um caso diagnóstico de linfoma plasmoblastico em um paciente de 61 anos após apendicectomia associado ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Material e métodos: Paciente masculino, 61 anos, encaminhado ao hematologista com histórico de apendicectomia por apendicite supurada, com realização de biópsia que sugeriu linfoma. Ao exame, apresentava-se em regular estado geral e emagrecido, em uso de sonda vesical de demora, sem demais alterações. PET-CT demonstrou hipercaptação de radiofármaco em massa sólida na escavação pélvica, de limites mal definidos, medindo 12cm, em contato com alças intestinais (SUV 33), em linfonodos retroperitoniais, mesentéricos e nas cadeias ilíaca interna direita e externa esquerda, medindo até 1,7cm (SUV 28,3), em nódulo sólido na parede abdominal esquerda medindo 1,8cm (SUV 27,7) e em espessamento parietal do íleo terminal. Imunohistoquímica demonstrou linfoma plasmoblástico ao FISH com positividade para EBV. No âmbito laboratorial, destaca-se anemia normocítica. Western bloot reagente para HIV. Resultados: Paciente foi encaminhado para realização de quimioterapia, com seguinte resultado da imunohistoquímica: linfoma plasmoblástico ao FISH, positividade para EBV. Discussão: O linfoma plasmablástico é um tipo de linfoma não Hodgkin (LNH) descrito como sendo a manifestação linfoproliferativa de menor incidência e com uma agressividade notória, considerado praticamente exclusivo em pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Em pacientes portadores da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) o LNH foi a segunda neoplasia mais prevalente e relacionada como fator determinante de morte em cerca de 16%. A nomenclatura “plasmablástico”é utilizada em razão desses linfomas exibirem a morfologia dos imunoblastos, mas expressarem perfil antigênico de plasmócitos. O HIV não é considerado um vírus oncogênico, pois não infecta a maioria das LNH-HIV Todavia, a infecção pelo vírus HIV e sua consequente imunossupressão torna os portadores da doença mais suscetíveis a vírus sabidamente oncogênicos. A título de exemplo, tem-se o herpes vírus humano tipo 8 (HHV-8) que é visto em todos os casos de LPD e é uma condição essencial para o diagnóstico. Pacientes com a doença podem apresentar febre, perda ponderal de mais de 10% do peso corpóreo habitual e sudorese noturna. Até o presente momento, não há tratamento padrão para pacientes com LPD. A quimioterapia convencional com CHOP é considerada inadequada nessa doença. Entretanto, terapias mais intensivas como EPOCH têm as taxas de resposta completa apenas de 40 a 60%. Conclusão: O linfoma plasmablástico é um subtipo raro do linfoma não-Hodgkin, que para além do prognóstico reservado, não apresenta tratamento totalmente estabelecido. No presente caso, a terapia proposta envolveu abordagem mais intensiva com quimioterapia associando etoposido, prednisona, vincristina, ciclofosfamida e doxorubicina (EPOCH).