Pesquisa Agropecuária Brasileira (Feb 2001)

Variação do potencial total da água em uma toposseqüência de solos de tabuleiro, durante dois anos Total water potential variation in a soil table land topsequence, during two years

  • Luciano da Silva Souza,
  • Arlicélio de Queiroz Paiva

DOI
https://doi.org/10.1590/S0100-204X2001000200019
Journal volume & issue
Vol. 36, no. 2
pp. 349 – 355

Abstract

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O trabalho teve como objetivo avaliar quinzenalmente, em 1996 e 1997, a variação do potencial total da água ao longo do tempo, em solos de uma toposseqüência de tabuleiro localizada em Sapeaçu, BA. Esta toposseqüência tinha as seguintes características: a) comprimento de 190 m; b) declividade média de 0,097 m m-1; c) cultivo com laranja; d) Latossolo Amarelo argissólico coeso, no terço superior; e) Argissolo Amarelo coeso, no terço médio; f) Argissolo Acinzentado não coeso, no terço inferior. A umidade do solo foi medida com sonda de nêutrons, nas profundidades de 0,30, 0,70, 1,10 e 1,50 m. Com base nas respectivas curvas de retenção, obteve-se o potencial matricial e, em seguida, o potencial total da água, para cada solo, profundidade e tempo. A camada coesa dificulta o fluxo de água no solo, tanto no processo de molhamento como no de secamento. Em conseqüência, o potencial total da água em solos com camada coesa varia bruscamente na camada mais superficial, ao longo do tempo, e mais lentamente nas camadas mais profundas. Em solo não coeso, a variação brusca do potencial ocorre apenas na camada mais superficial. O limite de tensão de água no solo de -1.500 kPa como sendo o ponto de murchamento permanente não se aplica à cultura dos citros.The objective of this work was to evaluate, fortnightly, during 1996/1997, the total soil water potential variation in a tableland topsequence in Sapeaçu county, BA, Brazil. This topsequence had the following characteristics: a) length of 190 m; b) slope of 0.097 m m-1; c) orange as growing crop; d) the upper third with a cohesive argisolic Yellow Latosol; e) the middle third with a cohesive Yellow Argisol; and f) the lower third with a non-cohesive Gray Argisol. Soil water was estimated by neutron probe at depths of0.30, 0.70, 1.10, and 1.50 m. Based on water retention curves, matric potential and, in sequence, total soil water potential were determined, for each soil and depth in different times. The cohesive layer makes difficult the water flow in the soil profile, both in the wetting and in the drying processes. Consequently, the total water potential in soils with cohesive layer changed abruptly in the most superficial layer, during the time, and slowing in the deepest layers. In non-cohesive soil, the water potential changed abruptly only in the most superficial layer. The -1,500 kPa limit of soil water pressure as permanent wilting point is not applied to orange crop.

Keywords