Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)

Relato de experiência da estruturação da rede de dispensação e aplicação de Palivizumabe no Estado da Bahia

  • Franciane Souza Guedes,
  • Daniela Nunes Vitor,
  • Lilia Maria Caldas Embiruçu,
  • Manoel Henrique de Miranda Pereira,
  • Graciele de Queiroz Andrade,
  • Diego Santiago Cedraz da Silva,
  • Fernanda de Farias Rodrigues,
  • Margareth Hamdan

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2017.v2.s1.p.59
Journal volume & issue
Vol. 2, no. s.1

Abstract

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Introdução: O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes etiológicos das infecções que acometem o trato respiratório inferior entre lactentes e crianças menores de 2 anos de idade, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de sazonalidade. O Ministério da Saúde, em 2013, incorporou o medicamento Palivizumabe, no roll de medicamentos do componente estratégico da Assistência Farmacêutica, indicado durante a sazonalidade do VSR, para a prevenção de infecção do trato respiratório inferior causado por este vírus, em crianças com maior risco de complicação da doença. Objetivo: identificar as ações e resultados obtidos após a implantação da rede de dispensação e aplicação de Palivizumabe no estado da Bahia. Método: Trata-se de relato da experiência do processo de construção da rede de dispensação de Palivizumabe e dos resultados obtidos no período de 2014 a 2016. Resultados: Após a ampliação do número de unidades dispensadoras de Palivizumabe na Bahia, perfazendo ao todo 10 unidades, em 5 municípios, observou-se o incremento do número de pacientes atendidos, saindo de 112 usuários em 2014, para 429 crianças no período sazonal de 2016. Há ainda que se destacar o desenho da rede, envolvendo unidades públicas e privadas. Discussão: O estabelecimento de parceria entre a Assistência Farmacêutica Estadual e a área técnica de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), possibilitou a ampliação das unidades dispensadoras, por incorporar ao processo de discussão a equipe técnica hospitalar envolvida com o processo de cuidado das crianças que se enquadram no protocolo, proporcionando assim a consolidação da nova rotina, mesmo nos hospitais de gestão municipal e filantrópicos. A equipe formada por farmacêuticos, enfermeiros e médicos se articula no processo de avaliação e cuidado dos pacientes, que são em sua maioria buscam diretamente a unidade, não mais requisitando o medicamento via processo administrativo na SESAB. Com isso se reduz tempo entre a solicitação do medicamento e o atendimento do paciente, nos casos que se enquadram no protocolo ministerial. Observou-se também redução no número de ações judiciais para Palivizumabe, mesmo com o estabelecimento de critérios mais restritivos do protocolo do Ministério da Saúde. Conclusão: A articulação intersetorial possibilitou a estruturação de uma rede de dispensação de Palivizumabe em hospitais da Bahia, com equipe multiprofissional. A existência de novos pólos de dispensação contribuiu para a ampliação do número de usuários beneficiados, refletindo também na redução de ações judiciais.