Gazeta Médica (Feb 2018)

Proctite Infeciosa: Valorizar o Diagnóstico Diferencial

  • Dalila Costa,
  • Ana Célia Caetano,
  • Carla Rolanda,
  • Raquel Gonçalves

DOI
https://doi.org/10.29315/gm.v3i3.104
Journal volume & issue
Vol. 3, no. 3

Abstract

Read online

As manifestações gastrointestinais de infeções sexualmente transmissíveis podem não ser precocemente reconhecidas. Perante o aumento dos comportamentos sexuais de risco é imperativo o reconhecimento da proctite infeciosa na prática clínica. Os autores descrevem o caso clínico de um homem de 28 anos, homossexual, com infeção pelo vírus de imunodeficiência adquirida (com contagem de células CD4+ normal), que recorreu por múltiplas vezes ao serviço de urgência por quadro de retorragias e fezes com muco purulento, obstipação com tenesmo, aerocolia intensa e emagrecimento, sem melhoria com tratamento sintomático. A retosigmoidoscopia revelou uma proctite ulcerativa severa, com achados inespecíficos na histologia. A pesquisa de DNA do vírus Epstein-Barr e citomegalovírus em biópsia subsequente foi positiva, pelo que iniciou terapêutica dirigida, com melhoria paulatina do quadro clínico e endoscópico. Este caso realça a complexidade do diagnóstico da proctite infeciosa e alerta para a possível coexistência de múltiplos agentes transmitidos sexualmente. Recebido: 21/05/2016 - Aceite: 05/06/2016

Keywords