Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

FLUCONAZOL E PRÓPOLIS CO-ENCAPSULADOS EM NANOPARTÍCULAS MUCOADESIVAS PARA O TRATAMENTO DA CANDIDÍASE VULVOVAGINAL

  • Jacqueline Teixeira da Silva,
  • Paulo Henrique Dantas,
  • Adelaide Fernandes Costa,
  • Liliana Borges de Menezes,
  • Suzana Ferreira Alves,
  • Flavio Pellegrini,
  • Andre Correa Amaral

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101917

Abstract

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Introdução: Candidíase Vulvovaginal (CVV) é uma infecção causada por fungos do gênero Candida spp, especialmente da espécie C. albicans e têm sido um desafio devido ao aumento da incidência de espécies não-albicans, o que tem levado ao aparecimento de casos de resistência aos antifúngicos, demonstrando assim a importância de novas abordagens no tratamento desta micose. Método: Nanopartículas mucoadesivas contendo fluconazol e própolis verde foram preparadas pela técnica de gelificação iônica, caracterizadas por tamanho, índice de polidispersão (PDI), potencial Zeta e Microscopia Eletrônica. A eficiência de encapsulação foi avaliada utilizando técnicas de espectrofotometria UV e Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) e a eficácia in vitro avaliada por testes de liberação e suscetibilidade dos compostos. Os ensaios de toxicidade realizados por hemólise e modelo Galleria mellonella possibilitaram o teste de modelo in vivo (n = 5) utilizando camundongos BALB/c. Resultados: Foram obtidas nanopartículas com tamanho de 316,5 ± 14,7nm, PDI 0,391, potencial Zeta 37,4 positivo. Foram alcançadas nanopartículas encapsulando 38,3% de Fluconazol e 45,6% de própolis verde. A união de Própolis verde e Fluconazol promoveu efeito sinérgico fungistático para o fungo C. albicans ATCC 10231 em liberação de 12% dos compostos na nanopartícula em até 72 horas. Os testes de segurança realizados por testes de toxicidade e ensaio in vivo demonstraram resultados eficazes para o sistema nanoformulado, demonstrando uma redução de carga fúngica em 50% em comparação ao controle positivo, aumento no fluxo de neutrófilos na submucosa e eliminação de processos de toxicidade, que antes eram encontrados no composto livre. Conclusão: A utilização de um modelo biocompatível, com resultados satisfatórios em testes de eficácia levam a acreditar que o método é seguro e apresenta efeitos adversos menores ou inexistentes. Este pode servir como um modelo terapêutico eficaz para tratamentos de CVV, no entanto, como perspectivas futuras são necessários novos ensaios para avaliar os aspectos imunomoduladores promovidos pela própolis e pelas nanopartículas poliméricas.