O terreiro na paisagem feral: as folhas de Exu crescem junto às ruínas do capitalismo

Abstract

Resumo: O ensaio tem por objetivo compreender como a folha da mamona pode ser útil para refletir sobre as ruínas do capitalismo, utilizando uma abordagem etnográfica. A análise se concentra nas relações entre o terreiro Ilê Axé Ojú Obá Ayrá e Nanã e os seres mais-que-humanos que crescem e prosperam em paisagens ferais. A mamona, que brota nas margens dos rios formados por efluentes domésticos não tratados, atravessando as periferias de Caruaru-PE, tornou-se parte de uma paisagem feral gerada pela expansão do capitalismo. O objetivo deste trabalho vai além de explicar os efeitos do capitalismo sobre a religião, ou seu contrário, propondo compreender como o terreiro e esses agentes mais-que-humanos se relacionam.

Keywords

• Antropologia
• Religiões afro-ameríndias
• Antropoceno
• Capitalismo
• Exu