Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento (Nov 2022)
Risco de transtornos alimentares: perfil de consumo dietético e composição corporal de atletas e esportistas
Abstract
Transtornos Alimentares (TA) consistem em doenças de causa multifatorial, envolvendo fatores psicológicos, biológicos e socioculturais. A alta carga de estresse e cobranças do ambiente esportivo podem facilitar a ocorrência desses transtornos em atletas, causando prejuízos à saúde e à performance. Este estudo teve como objetivos avaliar o risco de desenvolvimento de TA, o perfil de consumo dietético e a composição corporal de atletas e esportistas. Apresentou delineamento transversal, análise descritiva, amostragem não probabilística por conveniência, constituída por 35 homens e nove mulheres. Para avaliar o risco de TA, utilizou-se o questionário Eating Atitudes Test (EAT-26) e para avaliação do consumo dietético, aplicou-se o Recordatório de 24 horas. Foram aferidos peso, estatura, pregas cutâneas e circunferências. O cálculo do percentual de gordura corporal foi realizado seguindo protocolo, com somatório de sete pregas. Foi considerado nível de significância de 5%. Verificou-se que 4,5% (n=2) da amostra apresentou risco para TA. A média de consumo de carboidratos foi de 5,4 g/kg/dia, de proteínas 1,9 g/kg/dia e de lipídios 1,1 g/kg/dia. O consumo energético médio (2.453,62 ± 802,68 kcal/dia) foi inferior ao recomendado. Verificou-se 61,4% da amostra (n=27) com percentual de gordura corporal classificado entre “adequado”, “bom” e “excelente”, e 4,5% (n=2) “ruim” e “muito ruim”. Conclui-se que a maioria dos participantes apresentou baixo risco para TA, adequado estado nutricional, consumo alimentar com déficit energético e distribuição de macronutrientes desbalanceada. Após intervenções nutricionais, tais inadequações foram ajustadas, possibilitando a otimização do desempenho físico.