Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia ()

Imperfuração congênita do óstio uretral externo associada à persistência de úraco em bezerra Nelore: relato de caso

  • J.M. Alonso,
  • C.A. Rodrigues*,
  • A.L.G. Alves,
  • M.J. Watanabe,
  • C. A. Hussni

DOI
https://doi.org/10.1590/1678-4162-8963
Journal volume & issue
Vol. 69, no. 2
pp. 305 – 309

Abstract

Read online

RESUMO A imperfuração uretral associada ou não à persistência do úraco é rara; quando concomitante, o animal mantém o fluxo urinário por via umbilical, entretanto, após o tratamento de correção da persistência do úraco, ocorre o armazenamento de urina, que pode culminar em complicações como bexigoma, hidroureter e ruptura vesical. Uma bezerra Nelore, com 20 dias de idade, foi atendida com persistência de úraco. Prescreveu-se a aplicação local de tintura de iodo a 10% durante cinco dias, e indicou-se retorno para obliteração cirúrgica caso não houvesse resposta à terapia proposta. Após 30 dias, o animal retornou com distensão abdominal, histórico de diminuição gradual do fluxo urinário, com ausência de micção via vaginal e discreto gotejamento de urina através do umbigo. Após diversas tentativas de cateterismo uretral sem sucesso, diagnosticou-se a imperfuração do óstio uretral externo. O exame ultrassonográfico revelou distensão vesical com aproximadamente sete litros de conteúdo, hidroureter e hidronefrose bilateral. Realizou-se a cistocentese e o esvaziamento vesical guiado por ultrassom e optou-se pela abordagem cirúrgica para criação do óstio uretral e correção do úraco persistente. Por meio de cistotomia, realizou-se a sondagem retrógrada da uretra e a perfuração da membrana que recobria o óstio uretral no vestíbulo vaginal, a fim de criar um novo óstio. A sondagem foi mantida por 10 dias, com o intuito de evitar estenose do óstio e, após 30 dias de pós-operatório, o animal recebeu alta com óstio uretral patente no vestíbulo vaginal.

Keywords