Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (Jan 2025)

A telemedicina está preparada para contornar as barreiras de implementação no Brasil?

  • Maria Eulália Vinadé Chagas,
  • Gabriela Tizianel Aguilar,
  • Tiago Sigal Linhares,
  • Taís de Campos Moreira,
  • Andressa Dutra Dode,
  • Gabriel Ricardo Fernandes,
  • Guilherme Carey Frohlich,
  • Deysi Heck Fernandes,
  • Hilda Maria Rodrigues Moleda Constant,
  • Felipe Cezar Cabral

DOI
https://doi.org/10.5712/rbmfc19(46)4010
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 46

Abstract

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Problema: No Brasil, há evidências de que alguns grupos desfavorecidos têm menos chances de sobrevivência, e maior probabilidade de morrer prematuramente. As iniquidades na saúde são favorecidas pela má distribuição de profissionais de saúde, especialmente de médicos, no país. A telessaúde tem o potencial de apoiar na resolução das problemáticas relacionadas à saúde da população. Este artigo descreve a implementação de um serviço de teleinterconsultas para a Atenção Primária à Saúde (APS), com serviços secundários, através de telemedicina. Além disso, aborda desafios e barreiras à implementação que não são comumente descritos na literatura. Método: Este é um relato de experiência da implementação do TeleNordeste no Rio Grande do Norte. O projeto foi elaborado em colaboração com o Ministério da Saúde do Brasil, através do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Foi desenvolvido com auxílio de profissionais e gestores locais, com base no modelo PASA, vinculando médicos teleconsultores às Equipes de Saúde da Família no território. Resultados: Para a implementação, foram necessárias algumas etapas, como diagnóstico situacional, visitas de aproximação e contratos de colaboração entre os municípios e a Associação Hospitalar Moinhos de Vento (AHMV). Durante a implementação foram identificadas barreiras e desafios relacionados às tecnologias, humanas e sociais, da rede de saúde, psicossociais e antropológicas, além de governamentais e econômicas. Conclusões: Apesar de todas as barreiras e desafios encontrados no processo de implementação, foi possível verificar que as teleinterconsultas têm muitas vantagens e funcionam, também, como estratégia de educação continuada. O modelo de teleinterconsultas implementado no Rio Grande do Norte tem demonstrado reduzir o tempo de espera e resolvido a maioria dos casos atendidos, reduzindo os encaminhamentos presenciais.

Keywords