Revista de Saúde Pública (Feb 1982)

Epidemiologia do câncer do esôfago em São Paulo, Brasil Epidemiology of cancer of the oesophagus in S. Paulo, Brazil

  • Antonio Pedro Mirra,
  • José Maria Pacheco de Souza,
  • Sabina Léa Davidson Gotlieb,
  • Edmur Flávio Pastorelo,
  • Marco Antonio Bussacos,
  • Maria Cecília Marchesi da Motta Azevedo Corrêa,
  • William Haenszel,
  • Pelayo Correa

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-89101982000100005
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 1
pp. 54 – 65

Abstract

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São examinados aspectos da incidência de câncer do esôfago para residentes no município de São Paulo, (Brasil), no ano de 1975. Dados coletados pelo Registro de Câncer mostram um coeficiente de 6,4 e 1,3 por cem mil homens e mulheres, respectivamente; quando padronizados pela "população mundial" os coeficientes são 9,2 e 2,0 por cem mil. As taxas do sexo masculino mostram que São Paulo está a um nível de risco maior do que outras três cidades brasileiras, com dados conhecidos, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro; no sexo feminino não há evidências de diferenças, a não ser possivelmente em relação a Fortaleza. As curvas de incidência específica segundo idade e sexo concordam com o padrão descrito por Higginson e Muir; valores para a inclinação do 1nI (incidência específica por idade) nas idades 35 a 75 foram 5,7 para o sexo masculino e 4,4 para o feminino, ajustando-se uma linha reta. Os nativos de São Paulo apresentam uma menor incidência do que os nascidos fora da cidade; para as duas categorias de imigrantes brasileiros residentes de São Paulo, as incidências para homens são consistentemente altas. As razões masculino-feminino de incidência apresentam regularidade nos grupos brasileiros; entre os estrangeiros as razões são maiores.Aspects of the incidente of cancer of the oesophagus in residents of the city of S. Paulo, Brazil, for 1975, are examined. Data collected by the Cancer Registry yield a rate of 6.4/100,000 and 1.3/100,000 for males and females, respectively; when adjusted to the «world-population» the rates are 9.2/100,000 and 2.0/100,000. Male rates put S. Paulo at higher risk than three other Brazilian cities with known data, namely Fortaleza, Recife and Rio de Janeiro; for females there is no strong indication of differences, except in the case of Fortaleza. The specific age-sex incidence curves conform well to the pattern described by Higginson and Muir; values for the curves of 1nI (age-specific rate) at ages 35 through 75 were 5.7 for males and 4.4 for females, when adjusting a straight line. S. Paulo city natives present a lower incidence than people born elsewhere; for the two categories of migrants within Brazil, living in S. Paulo, the age-specific incidence rates for males are consistently very high. Male-female ratio patterns are fairly regular among the three Brazilian groups; the foreign-born present higher ratios.

Keywords