Revista Panamericana de Salud Pública (Jul 2022)

COVID-19 no Brasil: tendências, desafios e perspectivas após 18 meses de pandemia

  • Camila Alves dos Santos Siqueira,
  • Yan Nogueira Leite de Freitas,
  • Marianna de Camargo Cancela,
  • Monica Carvalho,
  • Leorik Pereira da Silva,
  • Nielsen Castelo Damasceno Dantas,
  • Dyego Leandro Bezerra de Souza

DOI
https://doi.org/10.26633/RPSP.2022.74
Journal volume & issue
Vol. 46, no. 74
pp. 1 – 9

Abstract

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Objetivo. Analisar as tendências de incidência e mortalidade por COVID-19 no Brasil, nas unidades da federação e nas capitais. Método. Realizou-se um estudo ecológico com dados de incidência e de mortalidade por COVID-19 referentes ao período de 25 de fevereiro de 2020 (primeiro caso notificado no Brasil) a 31 de julho de 2021. Os dados foram agrupados por mês para cálculo das taxas brutas (por 100 000 habitantes) e avaliação das tendências temporais das unidades da federação e de suas capitais. As modificações significativas nas tendências temporais foram analisadas pelo método de regressão por joinpoint. Resultados. Foram identificadas duas ondas de novos casos e óbitos. As unidades da federação com as maiores taxas de incidência foram Amapá, Rio Grande do Norte, Rondônia e Roraima; Amazonas e Rondônia tiveram as maiores taxas de mortalidade. Em geral, as taxas de incidência e mortalidade foram piores na segunda onda. Na primeira onda, a média de meses até o início de uma redução de casos novos foi maior nas capitais, enquanto na segunda onda, o início da redução demorou mais nos estados. Quanto aos óbitos, as capitais necessitaram de menos tempo para apresentar redução tanto na primeira quanto na segunda onda. Conclusão. A heterogeneidade regional detectada reforça a ideia de que a incidência e a mortalidade por COVID-19 estão associadas a fatores políticos, geográficos, culturais, sociais e econômicos.

Keywords