Revista Brasileira de Epidemiologia (Sep 2011)

Diagnóstico precoce e os fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis em mulheres atendidas na atenção primária Early diagnosis and correlations of sexually transmitted infections among women in primary care health services

  • Carla Gianna Luppi,
  • Rute Loreto Sampaio de Oliveira,
  • Maria Amélia Veras,
  • Sheri A. Lippman,
  • Heidi Jones,
  • Christiane Herold de Jesus,
  • Adriana A. Pinho,
  • Manoel Carlos Ribeiro,
  • Hélio Caiaffa-Filho

DOI
https://doi.org/10.1590/s1415-790x2011000300011
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 3
pp. 467 – 477

Abstract

Read online

INTRODUÇÃO: Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) em mulheres permanecem um desafio para a Saúde Pública: elevada prevalência, dificuldade para implantação de estratégias de diagnóstico precoce e elevada ocorrência de sequelas. OBJETIVO: Identificar a prevalência de IST em usuárias de um serviço de atenção primária à saúde em São Paulo. MÉTODOS: Mulheres de 18 a 40 anos foram convidadas para realizar autocoleta de secreção vaginal para a detecção de Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae e Trichomonas vaginalis por meio de Reacão em Cadeia da Polimerase (PCR). As mulheres também responderam a um questionário com questões demográficas e relativas à história sexual face a face ou autoaplicado por meio de um computador. RESULTADOS: Das 781 mulheres incluídas no estudo, as prevalências obtidas foram: Chlamydia trachomatis (8,4%), Neisseria gonorrhoeae (1,9%) e Trichomonas vaginalis (3,2%). A positividade para pelo menos uma das três IST foi de 13%. As variáveis associadas independentemente com maior risco de IST foram: idade menor que 20 anos, mais de dois parceiros sexuais na vida e percepção de risco para IST; o uso de preservativo como método contraceptivo foi um fator protetor. CONCLUSÃO: A prevalência encontrada em usuárias indica a necessidade da implantação de estratégias de rastreamento de IST em serviços de atenção primária.INTRODUCTION: Sexually Transmitted Infections (STIs) in women remain a public health challenge due to high prevalence, difficulties to implement early diagnosis strategies and high rates of complications. OBJECTIVE: Identify the prevalence of STIs among users of a primary health care clinic in São Paulo. METHODS: Women, 18 to 40 years of age, were invited to self-collect vaginal specimens to be tested for Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae, and Trichomonas vaginalis by Polymerase Chain Reaction (PCR). Women were also invited to answer a demographic and sexual history questionnaire, either on the computer or face-to-face. RESULTS: The prevalence of STIs obtained from the 781 women included in the study was: Chlamydia trachomatis: 8.4%, Neisseria gonorrhoeae: 1.9%, and Trichomonas vaginalis: 3.2%. Thirteen percent tested positive for at least one out of the three STIs. The variables associated independently with a higher risk of STIs were: age under 20-years-old, more than two lifetime sexual partners, and self-perception of STI risk. The use of condoms as a contraceptive method proved to be a protective factor. CONCLUSION: The high prevalence found among these women indicates the need for the implementation of STI screening strategies in primary care settings in Brazil.

Keywords