Gestão & Produção (Jun 2015)

Princípios e ferramentas da produção mais limpa: um estudo exploratório em empresas brasileiras

  • Geraldo Cardoso de Oliveira Neto,
  • Moacir Godinho Filho,
  • Gilberto Miller Devós Ganga,
  • Irenilza Alencar Naas,
  • Oduvaldo Vendrametto

DOI
https://doi.org/10.1590/0104-530X1468-14
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 2
pp. 326 – 344

Abstract

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O presente trabalho visa avaliar os princípios e ferramentas da produção mais limpa utilizados pelas empresas brasileiras e, de forma específica, entender como estes princípios são agrupados e organizados pelas organizações de maneira a tornar mais efetivos tais princípios. Foi utilizado para coleta de dados o survey exploratório em organizações associadas ao Instituto Ethos. Para a análise dos dados foram utilizadas estatísticas descritivas e análise multivariada, consubstanciando seis conjuntos de fatores explicativos. A estatística descritiva indicou que mais de 68% das empresas brasileiras pesquisadas adotaram o planejamento e controle da produção com educação ambiental com foco na análise da intensidade de material para redução de emissões e resíduos na produção, além da substituição e desenvolvimento de insumos tradicionais em ecológicos junto aos fornecedores, visando desenvolver produto ambientalmente correto. Entretanto, a adoção desses princípios exigiu investimento em pesquisa e inovação e treinamentos em educação ambiental, gerando aumento dos custos operacionais. Já os princípios menos utilizados pelas empresas explicam a falta de conhecimentos sobre as normas de rotulagem ambiental (13%), AA1000 para inclusividade dos stakeholders nas decisões operacionais (25%) e de Eco-Management Audit System(28%). Os princípios foram agrupados em seis fatores pelas empresas, que são: (i) a adoção de produção mais limpa e ecologia industrial com sistema de gestão ambiental baseada na ISO 14001, visando o desenvolvimento de projetos para o meio ambiente no produto, processo produtivo e redes logísticas; (ii) a cocriação com os clientes no desenvolvimento de produto ecológico com foco na logística reversa de remanufatura; (iii) a adoção de planejamento e controle da produção ambiental favoreceu o investimento em pesquisa e inovação com foco na redução de riscos ambientais externos; (iv) a cocriação com os fornecedores para o desenvolvimento de matérias-primas e componentes ecológicos, além de promover sistema de auditorias; (v) a adoção de gestão da cadeia de suprimentos verde para selecionar fornecedores sustentáveis e implantar o método SBP para o desdobramento dos indicadores ambientais; e, finalmente, (vi) a intensificação de treinamentos aos fornecedores sobre educação ambiental para auxiliar nas ações de logística reversa de pós-consumo e pós-venda para reuso, remanufatura e reciclagem.

Keywords