Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)
DNA CIRCULANTE TUMORAL NO LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B: SEU USO NA AVALIAÇÃO DE RESPOSTA AO TRATAMENTO, CORRELAÇÃO COM PET/CT E DADOS DE RADIÔMICA
Abstract
Objetivos: Avaliar a correlação entre os níveis de DNA circulante tumoral (ctDNA) em pacientes com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), antes e ao longo do tratamento, com dados quantitativos obtidos do PET/CT e a resposta ao tratamento. Materiais e métodos: Estudo prospectivo, incluindo pacientes recém diagnosticados com LDGCB, em um período de 2 anos que aceitaram participar do estudo com assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido. Foram coletadas amostras de sangue periférico para quantificação de ctDNA, obtidos a partir do DNA celular livre (cfDNA), em dois momentos: ao diagnóstico (ctDNA1) e ao término do tratamento (ctDNA2). Além disso, os pacientes foram submetidos ao PET/CT ao dianóstico e ao final do tratamento. Do PET-CT foram calculados: TMTV (total metabolic tumor volume), TLG (total lesion glycolysis)e ΔSUVmax. Além disso, foram coletadas no mesmo software medidas de radiômica para lesões com o maior SUV nas imagens de PET/CT obtidas ao diagnóstico. Esta ferramenta é baseada em características texturais da matriz de co-ocorrência (Haralick et al.) extraídas das matrizes de dependência espacial em tons de cinza. Resultados: Foram incluídos 18 pacientes. Em todos foi possível detectar ao menos uma mutação no cfDNA no diagnóstico. Nos 15 pacientes que obtiveram resposta completa (CR) houve também a redução do ctDNA (hGE/mL), entre as amostras obtidas entre pré e pós tratamento (ctDNA1 e ctDNA2, respectivamente). Houve uma correlação entre o ctDNA1 e a TMTV (r = 0,51, p = 0,014) e do TLG 2,5 (r = 0.47, p = 0.024) do PET inicial com o ctDNA1. O DNAct1 teve correlação com o volume das lesões com maior SUV (r = 0,57; p = 0,006), o TLG (r = 0,56; p = 0,02) e 8 parametros da matriz de co-ocorrênca. Numa regressão múltipla apenas participaram do modelo Rd_volume, Rd_TLG, homogeneidade, entropia diferencial e medida de correlação, que teve R2 = 0,986. No modelo utilizando apenas parâmetros da carga tumoral total na imagem PET (TMTV, TLG e SUVmax, SUV min e SUV médio) apenas o TMTV permaneceu no modelo com R2 = 0,21. Além disso, houve correlação inversa entre o Δ-ctDNA (ctDNA1 - ctDNA2) e o Δ-SUVmax (SUVmax1 - SUVmax 2) do PET/CT (r = -0.8788; p = 0.002). Discussão e conclusão: A análise do ctDNA e PET/CT nos pacientes com diagnóstico de LDGCB são complementares, podendo auxiliar na melhor caracterização da carga tumoral e na avaliação de resposta ao tratamento. Além disso, as informações de radiômica podem corroborar para a avaliação de características tumorais como focos de proliferação e áreas de necrose.