Heringeriana (Nov 2014)
Recursos hídricos da Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília: subsídios para o plano de manejo
Abstract
A elaboração de um programa de gerenciamento de recursos hídricos requer o conhecimento da bacia hidrográfica de interesse, conjuntamente com informações ecológicas, climatológicas e econômicas, construindo um sistema de informações capaz de auxiliar a tomada de decisões e a disseminação de dados sobre o assunto. No escopo do planejamento de áreas protegidas, ainda mais aquelas áreas que estão circundadas por áreas urbanas ou com uso intenso, o entendimento sobre as características gerais dos recursos hídricos torna-se preponderante. No interior da Estação Ecológica Jardim Botânico de Brasília - EEJBB são encontrados cursos hídricos utilizados pela CAESB para captação, fornecendo um serviço ambiental de suma importância para a sociedade local. Este artigo apresenta uma análise das condições gerais dos recursos hídricos da Estação, ressaltando os impactos ambientais positivos e negativos, as vulnerabilidades ambientais e os conflitos de uso da água. Para obtenção de informações já existentes sobre a área, principalmente a caracterização dos cursos d'água, uso e ocupação da terra, uso da água e problemas ambientais, foi realizado um mapa de uso e ocupação da área da Estação, com vistas a observar a condição de proteção e conservação da vegetação ciliar dos córregos existentes. Além disso, os mapas geológicos e geomorfológicos elaborados para o planejamento da EEJBB foram utilizados com vistas a identificação da drenagem presente na área e dos impactos que porventura estão ocorrendo sobre os recursos hídricos em função do uso do entorno. A Estação Ecológica do JBB está inserida, em sua maior parte, na unidade de hidrográfica do lago Paranoá (afluente do rio São Bartolomeu) notadamente nas unidades hidrográficas do ribeirão do Gama e do córrego Cabeça de Veado. Uma pequena parcela dessa Unidade de conservação está presente na área de drenagem do córrego Pau de Caixeta, tributário do ribeirão Santana, que, por sua vez, tem sua foz também no rio São Bartolomeu. Os recursos hídricos da EEJBB estão em bom estado de conservação. Contudo, a forte pressão externa Estação, face ocupação humana, vem degradando alguns pontos do curso d'água da região.